dom, 22 dezembro 2024

Crítica | Invasão Zumbi

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Com tantos filmes lançados nos últimos 50 anos, tendo como tema principal o apocalipse zumbi, não é de se estranhar que o gênero tenha se desgastado durante todo esse tempo.

Já explorado de diversas formas,  é normal que os zumbis não causem mais tanta comoção no cinema como já causou com os filmes de George A. Romero e mais recentemente, reboots do gênero, com filmes não tão inspirados assim como Resident Evil e Guerra Mundial Z.

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Invasão Zumbi (“Train to Busan”), filme sul-coreano dirigido por Yeon Sang-ho, poderia entrar para a lista de “é só mais um filme de zumbi”, afinal de contas, todos os elementos que caracterizam um filme de zumbi estão lá: a ruptura da sociedade moderna, a crítica ao status quo, os conflitos humanos, o egoísmo, a importância da união para resolução dos problemas, entre outros elementos.

Mesmo não apresentando nada de novo ao gênero, o filme traz um frescor ao ser extremamente bem executado e empolgante, principalmente no que diz respeito ao andamento da história.

O ritmo do filme é bem dosado, apresentando o conflito inicial entre os protagonistas Seok Woo (Yoo Gong), um pai workaholic sem tempo para sua filha, e Soo-an (Soo-an Kim), a filha que sem a atenção dada pelo pai, só que estar com sua mãe.

É no caminho para Busan, lugar onde a mãe de Soo-an reside, que diversos fatos estranhos acontecem já anunciando que algo está errado com a cidade. O ritmo começa a aumentar de verdade quando uma passageira infectada entra no trem, local onde o filme se passa a maior parte do tempo,  dando início a uma infecção em massa e marcando um ritmo mais frenético ao filme.

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A partir daí, diversos outros personagens são apresentados na trama e é aqui mais uma vez que o filme se mostra eficiente: você se importa com os personagens! O diretor utiliza vários artifícios para que você de fato sinta a perda de alguns deles durante a jornada.

Talvez o mais importante para o eixo principal da história e que vale citar aqui, é Yong-Suk (Eui-sung Kim), um empresário egoísta, que mostra o lado mais perverso do ser humano, tornando-se talvez o ponto chave para a redenção do pai da pequena Soo-an, já que ele é praticamente seu retrato futuro.

O ritmo da ação só diminui na parte final. E bom, como um ótimo filme de zumbi, não se acovarda dando um desfecho onde todos vivem felizes para sempre. O final é como ele é, como talvez seria em um apocalipse zumbi de verdade.

Como ponto fraco do filme, ressalto as pouquíssimas cenas em CG que faltam um pouco de capricho (ou seria verba?), mas que estão longe de tirar o brilho do filme. A ótima caracterização dos zumbi recém transformados, a transformação em si, o ritmo frenético sem ser desgastante e as muitas jogadas de câmera, tornam Invasão Zumbi um dos melhores filmes do gênero dos últimos anos.

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Faz tempo que não saio da sala de cinema empolgado, após ter um misto de sensações que o filme traz: da raiva ao choro. Recomendado!

 

[youtube https://www.youtube.com/watch?v=7n5zdZCLW1w]

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Leandro Marques
Leandro Marques
Programador, aficcionado por filmes, seriados, mangás e cultura pop japonesa em geral.