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    Crítica | Irmãos

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    A comédia de ação é um subgênero fascinante, pois une sentimentos que se complementam de maneira quase orgânica: adrenalina e humor. Esses gêneros provocam estímulos diretos no espectador e, em essência, oferecem o melhor de dois mundos, onde riso e tensão, aparentemente opostos, se misturam em uma dança eletrizante. No entanto, na era do streaming e da reprodutibilidade técnica, essa alquimia entre humor e ação parece estar sofrendo um desgaste preocupante. O que antes era uma união orgânica e vibrante agora parece fragmentado.

    No passado, fomos presenteados com obras que deixaram uma marca indelével no gênero, filmes que se tornaram referências — de Buster Keaton a Jackie Chan — e que ainda ressoam no cinema. Hoje, porém, muitos desses elementos parecem esvaziados, transformados em algo sem alma. Ao assistir a Irmãos, por exemplo, consigo perceber lampejos de criatividade: a ironia visual que subverte algumas convenções do gênero, como nas cenas de perseguição, que ganham um toque mais caricato e leve. No entanto, por mais interessantes que esses elementos possam ser, há uma sensação de vazio tanto na forma quanto no conteúdo. Ao depender excessivamente de padrões estabelecidos e fórmulas reproduzíveis, Irmãos parece ter colocado o humor e a ação em um molde pré-existente. A experiência é semelhante a assistir a algo que já vimos inúmeras vezes, como um déjà-vu desconfortável, deixando a impressão de que o diretor está desconectado de sua própria arte.

    Não me entenda mal; não estou dizendo que um bom filme precisa ser original. Não tenho problemas com releituras e reformulações. A questão é outra: sinto falta de um amor visceral pela arte, da presença de uma visão autoral, daquele toque que transforma a câmera em uma verdadeira caneta, capaz de imprimir traços únicos na tela. Hoje, parece que a maioria das produções dos streamings está aprisionada em moldes rígidos, desprovida de identidade, resultando em filmes formulaicos e totalmente industriais.

    Max Barbakow é um bom diretor, um autor que demonstrou entender a dinâmica do humor em Palm Springs, mas há tão pouco dele em Irmãos que fica evidente que ele mergulhou (ou foi mergulhado) nessa algoritmização. Como eu mencionei, há momentos interessantes, especialmente na dinâmica entre os protagonistas e na subversão das cenas de ação, mas tudo é tão engessado que nem mesmo a comédia consegue arrancar boas risadas. Irmãos é um filme que tenta explorar muitos caminhos, mas não se aprofunda em nenhum deles, seja no humor, na ação ou no drama familiar, que é superficialmente desenvolvido. A promessa de unir humor e adrenalina está presente, mas sua execução frequentemente parece descompassada, como se cada elemento seguisse em uma direção distinta. 

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    ANÁLISE GERAL
    NOTA
    Entre viagens pelas galáxias com um mochileiro, aventuras nas vilas da Terra Média e meditações em busca da Força, encontrei minha verdadeira paixão: o cinema. Sou um amante fervoroso da sétima arte, sempre pronto para compartilhar minhas opiniões sobre filmes. Minha devoção? Cinema de gênero, onde me perco e me reencontro a cada nova obra.
    critica-irmaos A comédia de ação é um subgênero fascinante, pois une sentimentos que se complementam de maneira quase orgânica: adrenalina e humor. Esses gêneros provocam estímulos diretos no espectador e, em essência, oferecem o melhor de dois mundos, onde riso e tensão, aparentemente opostos, se...
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