Em uma espécie de “Bonnie e Clyde” moderno, guardado as devidas proporções, Bryan Cranston e Annette Bening carregam o filme, Jerry & Marge Go Large (Jerry e Marge Tiram a Sorte Grande), inteiro com essa empreitada para ajudar sua cidade, mas também iniciar uma nova etapa nos chamados “anos dourados”. A parte realmente doce é que não é realmente sobre o dinheiro para os personagens, e quando se trata da questão do dinheiro, eles têm uma imagem maior e mais altruísta em mente.
Aqui, conhecemos Jerry Selbee (Bryan Cranston), um gênio profissional da matemática que vive em uma pequena cidade em Michigan e trabalha seu último dia em uma empresa de cereais. Depois de mais de 40 anos, seu emprego está sendo extinto, bem a tempo de ele se aposentar. Jerry, no entanto, não é do tipo que se senta, relaxa e aproveita seus anos dourados. Com a aposentadoria indesejada vem muito tempo de inatividade, tédio e viagens de rotina para a cidade que não chegam a muito. A esposa de Jerry é Marge (Annette Bening), que está ansiosa para passar algum tempo com um marido que esteve ausente de sua vida juntos. Isso não parece mudar muito com a aposentadoria de Jerry, pois ele ainda está distante, mas agora sem responsabilidades profissionais e sem lar. Esse esquema, é claro, envolve a loteria, já que Jerry calcula uma brecha no jogo Winfall.
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Existe uma energia muito positiva durante o filme, em alguns momentos parece uma versão leve e altruísta do personagem Walter White (Breaking Bad), vivido pelo mesmo ator. É realmente uma obra bastante sessão da tarde, em nenhum momento algum cai para algo pesado ou amargurado. O antagonista do casal é um jovem universitário que tardiamente descobre o mesmo erro matemático, e querendo usar sua inteligência para desafiar o próprio pai. Talvez a parte mais fraca do filme seja o antagonismo desse personagem, não adiciona nenhum interesse para a trama, traz um sentimento de precisar ter um vilão. Isso é realmente sentido nas cenas em que Bryan e Annette contracenam com ele, mostrando as diferenças de atuação e carisma.
O longa funciona em um grau ou outro – como uma comédia inteligente e bem-humorada, como uma visão de um casamento passando por um propósito e uma paixão renovados, como um conto de bem-estar sobre oprimidos se dando bem e, mais importante, fazendo o bem. Para ainda mais oprimidos ao seu redor. As fortunas de Jerry e Marge aumentam, mas eles permanecem modestos e humildes com seus ganhos. Talvez por ser tratar de uma história real, isso adiciona um pureza boa para o filme, essa relação linda entre eles e a cidade.
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Jerry e Marge Tiram a Sorte Grande chega como mais uma opção ao estilo “sessão da tarde”. A química entre os atores do casal é ótima, e conseguem carregar a honesta 1h30 de filme. A precipitação de querer ter um antagonista tira o brilho do filme, e faz parecer forçado, mas não impede a diversão bem humorada de sua história. Em uma obra despretensiosa e inofensiva, o suficiente para ser agradável.