ter, 23 abril 2024

Crítica | John Wick 4: Baba Yaga

Publicidade

Segundo o linguista germano-russo Max Vasmer o nome Baba-yaga é uma palavra derivada do proto-eslavo ęgа, que significa “dor”. Dor é também o tema do quarto filme da franquia John Wick, intitulado John Wick 4: Baba Yaga. A produção aborda a dor literal sentida pelos golpes promovidos pelo protagonista e vilões da trama, mas explora principalmente a dor metafórica, que acontece pela culpa ou pela perca das pessoas amadas. O novo filme da franquia explora as consequência da vingança que o personagem vivido por Keanu Reeves (Matrix) vem promovendo por três capítulos contra a alta cúpula. A sinopse do novo filme dá o tom geral da produção: Com o preço por sua cabeça cada vez maior, o lendário assassino de aluguel John Wick leva sua luta contra a Alta Cúpula, enquanto procura os jogadores mais poderosos do submundo, de Nova York a Paris, do Japão a Berlim.

Paris Filmes/Divulgação

As regras do universo de John Wick foram estabelecidas ao longo de três filmes. A nova aventura tem isso muito bem definido e essas regras servem como uma base sólida que ajuda no desenvolvimento da nova história, dando liberdade ao diretor Chad Stahelski (V de Vingança) em apostar todas as suas fichas na exploração das cenas de ação, que são ESPETACULARES! Cada cena de ação e conduzida com esmero e gera situações que levam a outras cenas que conseguem ser mais criativas e engenhosas que as anteriores. Esse é um acerto excepcional do roteiro escrito por Michael Finch (Contagem Regressiva) e Shay Hatten (Exército de Ladrões) que mostra as consequências da guerra feita por Wick e que ele só não irá vencer essa batalha. Outro acerto é a construção das motivações do vilão da vez, apresentado na figura do arrogante e cruel Marquês de Gramont, que serve como contraponto interessante à figura de Wick. Além disso, até as motivações do herói são redimensionadas, se tudo começou como uma vingança à morte do seu cão. Agora a proporção são mais singelas: Wick está cansado de lutar e quer ser livre de suas obrigações como assassino.

Ver Wick lutando por sua liberdade é gratificante, primeiro por ver Reeves então boa forma. O ator coreografa todas as suas cenas de ação e a direção consegue transformar o ator numa máquina sanguinária. As cenas são feitas quase que sem cortes e são muito bem coreografadas. Quando temos algum corte na ação, ela é feita de modo sutil, não impactando no entendimento da cena em questão. A segunda razão é que o elenco consegue elevar o nível da produção com suas atuações. Donnie Yen (Star Wars: Rogue One), Shamier Anderson (Passageiro Acidental) e Bill Skarsgård (It: A Coisa) constroem personagens que poderiam facilmente estrelar produções derivadas da franquia. Cada um a sua maneira contribui, ao seu modo, para engrandecer a figura de Wick, seja lutando ao seu lado ou contra ele.

Publicidade

A fotografia de John Wick 4: Baba Yaga é repleta de cores que retratam o estado de espirito do personagem em foco na cena. Destaque para as cenas que seja passam em Osaka. Muitas das cenas de ação dirigidas por Stahelski são marcantes e ousadas. Em especial, pela sua complexidade e pela quantidade de pessoas envolvidas. A sequência na qual vemos Wick entrar em uma casa pela ótica de cima, mostra criatividade e transforma o local em um verdadeiro labirinto. A cena é repleta de tensão e violência, mostrando o investimento da produção e do diretor em criar cenas de ação que são ÉPICAS! Se existe uma falha na produção é a perca do realismo em comparação aos demais filmes. Aqui Wick se torna quase um super-herói ultrarresistente durante os quase 180 minutos de produção. Algo que vira até uma piada perto do fim da produção, pois o herói saí ileso de quase todas as situações. Mas honestamente, nada disso atrapalha a diversão.

John Wick 4: Baba Yaga é o maior e melhor filme de toda franquia John Wick. Com cenários inventivos e cenas de ação brutais, o novo filme consegue oferecer uma nova ótica sobre o herói enquanto desenvolve uma intensa história repleta de cenas épicas que vão marcar a história do cinema.

Publicidade

Publicidade

Destaque

Critica | Megamente VS Sindicato da Perdição

O filme Megamente, lançado em 2010, marcou uma importante...

Crítica | Rivais

Corpos. Essa sempre foi uma palavra importante no cinema...

Crítica | Zona de Risco

      Um filme pode criticar algo que ele transforma em...
Hiccaro Rodrigues
Hiccaro Rodrigueshttps://estacaonerd.com
Eu ia falar um monte de coisa aqui sobre mim, mas melhor não pois eu gosto de mistérios. Contato: [email protected]
Segundo o linguista germano-russo Max Vasmer o nome Baba-yaga é uma palavra derivada do proto-eslavo ęgа, que significa "dor". Dor é também o tema do quarto filme da franquia John Wick, intitulado John Wick 4: Baba Yaga. A produção aborda a dor literal sentida pelos...Crítica | John Wick 4: Baba Yaga