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    Crítica | JUNG_E

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    A nova ficção científica sul-coreana da Netflix, JUNG_E, mostra que a Terra foi devastada por mudanças climáticas drásticas, e a humanidade migra para novos abrigos no espaço exterior. O laboratório Kronoid tem o compromisso de criar um mundo mais seguro e, em meio a uma guerra civil, uma pesquisadora lidera os esforços para acabar com a situação conflitante. Para isso, ela clona o cérebro de uma destemida capitã do exército: sua mãe. O objetivo? Criar um robô mercenário que possa salvar a humanidade! Temos na sinopse elementos de ficção, ação e questionamentos sobre ética e um conflito pessoal. Juntando todos eles teremos um filmaço né? Não necessariamente.

    A direção de Sang ho Yeon (Invasão Zumbi) na sua primeira cena impacta e cria uma expectativa gigante. Os efeitos especiais na cena, e no decorrer do filme, são absurdamente bem feitos e conseguem fazer inveja as produções mais recentes da Marvel. Todo CGI é muito bem aplicado e não existem falhas aparentes. A cena de ação que abre o filme é muito bem coreografada e gravada, conseguindo fazer o espectador entender o ambiente onde a personagem está e os perigos que ela está enfrentando. Porém a partir dessa cena em diante o filme se perde na sua proposta e fica o tempo todo em banho maria. Parte dessa perca de rumo se dá pela troca de foco, saem os elementos de guerra cibernética do primeiro ato e entram em cena a discussão sobre os perigos da clonagem e a questão ética envolvida, além do drama familiar. O problema é que nenhum dos três temas citados e desenvolvido de modo relevante, sendo apenas citados, o que dá a trama um aspecto de marcha lenta e que anda constantemente em círculos, sem saber como desenvolver sua mensagem.

    Nenhum dos personagens apresentados pelos roteiro do diretor é bem desenvolvido ou possui alguma motivação coerente. Tudo que acontece ocorre de modo forçado, a rebelião da cientista chefe surge do nada após um lapso de consciência, que nunca é justificado. Os temas que poderiam servir como fio condutores da trama são exploradas de modo raso e nunca se justificam na trama. Até a guerra é deixada de lado e as cenas de ação retornam apenas no momento final da projeção, afim de acelerar a mesma. O que é satisfatório, pois tira a produção do lugar comum e inerte em que a trama estava. Mas por acontecer tarde demais, não salva a trama de seu enfadonho destino.

    JUNG_E é uma ficção científica que decepciona, por não conseguir atingir o seu potencial máximo! Elementos para isso o diretor Sang ho Yeon tinha aos montes, mas a sua decisão em preferir focar todas as suas energias em desenvolver um drama familiar insosso é o que leva esse filme a ser decepcionante.

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