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    Crítica | Link Perdido

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    De uns tempos pra cá, animações tem tido altos e baixos no que se refere à qualidade visual e de conteúdo, uma prova disso é o recente Abominável, da Dreamworks, fraquíssimo, mesmo para um filminho voltado ao público infantil. Já na crista da onda, temos barbáries em produção e bilheteria, como Homem-Aranha no Aranhaverso, premiada atualmente pelo Globo de Ouro e Oscar. Pode-se dizer que Link Perdido está surfando esse gráfico senoidal, rumo ao cume, porém, sem o glamour e, principalmente, divulgação que estúdios maiores fazem.

    Não, o longa não é ruim, pelo contrário, o trabalho que Chris Butler (Kubo e as Cordas Mágicas) fez é algo sensacional, meticuloso e cirurgicamente detalhado e bem finalizado. Com produção da Laika Studios (A Noiva Cadáver), o longa narra a história de Lionel Frost, um investigador britânico cuja fama de contador de histórias se deu pelo fato de não conseguir provas de eventos fantásticos e incrédulos que presenciara, em profissão. Ao receber dicas do paradeiro de um possível ser ancestral da humanidade, ele parte ao clube de investigadores, liderados por Collick, um homem cheio do ego, para formar uma equipe. Como já certo, ninguém se junta a Frost, que parte em sua jornada solitária, ao noroeste dos EUA.

    Diferente de qualquer filme ou animação do gênero, temos uma quebra de estereótipo logo no início do segundo ato, quando, numa investida rápida, o “Pé Grande”, como fora chamado, inicia uma conversa com Frost que, ainda sem acreditar, acata ao pedido do monstrão e parte numa outra jornada, de ganhos mútuos. É neste momento que o roteiro começa a ganhar peso, valor, quando o conceito de família é debatido, o sentimento de pertencer a algum lugar e até mesmo aceitação própria são explorados com postura, sem deixar o tom cômico de lado. Percebe-se o amadurecimento dos protagonistas, desde o início até o final da jornada, em eventos que são críticas sociais dentro e fora da telona.

    No elenco, temos as vozes de feras como Hugh Jackman, Zoe Saldana e Zach Galifianakis. Filmado totalmente em Stop-Motion, Link Perdido é de uma qualidade magnífica, navega nas raízes de filmes de aventura que lembram muito o tom de A Múmia (1999), com traços de Os Caçadores da Arca Perdida (1981) e aquele deboche social de Fuga das Galinhas (2000), fora as referências aos clássicos monstros do cinema e às teorias evolucionistas debatidas nas aulas de biologia. Uma verdadeira aula em animação. Estréia garantida em 7 de novembro.

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