Filmes com uma premissa já estabelecida no imaginário popular tendem a serem um sucesso mais garantido nos olhos de produtores que gostam de “jogar seguro”. Claro que essas premissas não vão ditar a qualidade final da obra, porém a ideia de atiçar um conforto já existente no telespectador com o familiar está ali. Seguindo esse pensamento, a Netflix lança seu mais novo filme Lou, o longa segue a premissa de uma mulher de idade avançada que tem um passado misterioso e precisa por em prática suas habilidades para ajudar uma jovem.
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Um dos poucos destaques positivos de Lou talvez seja algumas pontuais cenas de ação, as coreografias de lutas conseguem ser eficazes e bem produzidas. Infelizmente isso não condiz com o resto da direção do filme, sente-se na narrativa uma falta de pulso por parte da direção de Anna Foerster.
Além dos problemas na direção, a própria trama e roteiro não são capazes de fluir de maneira natural ou coerente. Em muitos momentos do filme vemos elementos sendo estabelecidos apenas para serem esquecidos logo em seguida, a falta de qualquer conclusão que seja para esses elementos deixam toda a trama com um gosto amargo na boca de quem assiste.
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Sobre a protagonista, a questão mais positiva é a atuação surpreendente de Allison Janney, apesar do roteiro atrapalhado e uma direção tímida, Janney consegue entregar uma protagonista com bastante presença de tela, Lou é forte, sensível, atenciosa mas também fechada e misteriosa. Todos esses trejeitos são puramente creditados a atuação, já que o roteiro muitas vezes tenta tornar a personagem mais complexa do que precisa ser e assim causando em mais confusão na trama.
Lou parece um filme feito sem vontade. Tendo um dois momentos sinceros e competentes ao longo de toda a obra, observa-se que ele segue o padrão de produções da Netflix que produzem mídia apenas pela ideia da premissa, nunca desenvolvendo além da ideia geral da mesma.