ter, 21 maio 2024

Crítica | Love Lies Bleeding

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A diretora inglesa Rose Glass foi apresentada em seu primeiro longa metragem “Saint Maud” com uma habilidade muito boa de provocar e chocar seu público. Agora, em Love Lies Bleeding, a mesma consegue construir uma jornada de amor, violência e uma incrível fantasia.
Lou trabalha em uma academia e se apaixona por Jackie, uma ambiciosa fisiculturista que está indo para Las Vegas para perseguir seu sonho. O amor delas logo leva à violência quando elas são puxadas para dentro da teia da família criminosa de Lou.


É um filme que propõe uma realidade dos anos 80 e subverte uma nostalgia que não existe de fato no filme. Ele constrói diversos assuntos nos quais aqueles personagens se relacionam, desde a busca por um sonho, um amor; até medidas mais drásticas, como o ciclo imparável da violência e sua normalização.


Por outro lado, o longa cria uma fantasia que é sutilmente desenvolvida até seu clímax e mesclada ao psicológico da personagem Jackie. É uma característica já desenvolvida pela diretora em seu longa anterior, mas que é adicionada de uma forma tão natural nas diversas tramas do filme que mais agrega do que destoa na história.

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E as responsáveis por não só chamar atenção no marketing, mas apresentar esse épico de romance e violência são Kristen Stewart e Katy O’Brian. A Kristen já é evidente o talento acerca da atriz e um dos grandes nomes da geração, a versatilidade da mesma é impecável. E na outra vertente, uma boa surpresa, temos Katy, chamativa desde os primeiros posters e trabalhos de trailers do filme, ela é responsável não só por uma personagem que mescla a paranoia e o tesão, mas também construir essa imagem ligada ao fisiculturismo, que é impressionante o trabalho corporal da atriz.


É um filme muito envolvente, um clima que remete alguns filmes do Cronenberg, alguns momentos da filmografia do David Lynch com essa ideia de beira de estrada. É uma hostilidade que é muito responsável também pelo personagem do Ed Harris, incrivelmente caracterizado com esses traços de careca e cabeludo, sua obsessão por besouros e uma ligação direta com Lou que vai perpetuar o filme inteiro.
Uma obra que existe tesão, algo que falta muito no cinema atual, principalmente o Hollywoodiano. Ele não só perpetua esse tesão ao mais óbvio, o amor e sexo entre as personagens, mas mescla isso com a violência, o sonho fisiculturista de Jackie e seu próprio vício na droga. E um amálgama de imagens e o contraste com as diversas cenas em tela vermelha trazem essa sensação de perigo. Essa transição por diversos gêneros é a cereja do bolo no filme.


Love Lies Bleeding é uma mais prova da capacidade audiovisual de Rose Glass de criar narrativas envolventes e capazes de transmitir diversos sentimentos. E mesmo que seu final acabe não potencializando toda a expectativa que ela constrói durante a história, é corajoso. Ela molda um final ligada com sua fantasia apresentada anteriormente e deixa ao espectador absorver aquela situação de sua maneira. Mas acima de tudo, é um filme com tesão e coragem para adentrar naquele mundo cercado pela violência. E também consegue representar fielmente o sentimento mais complicado de todos: o amor.

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