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    Crítica | Mamonas Assassinas: O Filme

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    Neste ano, o cinema brasileiro passou por uma onda de cinebiografias, muito por conta de um reflexo de Hollywood. Sendo assim, tivemos produções que oscilaram entre o interessante e o medíocre. E por mais que o elenco de Mamonas assassinas: O Filme seja incrivelmente parecido, não conseguem salvar esse projeto de um caos absoluto do audiovisual.

    Os amigos Dinho, Júlio, Bento, Sérgio e Samuel se juntam para formar um dos grupos mais inesperados e inicialmente desacreditados pelo grande público, os Mamonas Assassinas. Com um potencial estrondoso, o quinteto enfrenta muitas tentativas frustradas para conseguir mostrar que pode ser a próxima grande banda do Brasil.

    Para justificar o caos encontrado aqui, este filme inicialmente tinha o projeto de ser uma série de tv, especificamente da Record, onde teria uma divisão de episódios contando a história de ascensão da banda. Mas tudo isso é esquecido e tomam a decisão de picotar tudo e transformar em um filme de 1h40 para o cinema. Tanto que essa linguagem visivelmente novelesco é gritante ao longo da obra, além das inúmeras reescritas de roteiro que este filme possuiu.

    É um longa extremamente apressado, então o público é constantemente jogado em situações da história da banda e pessoal dos integrantes que não possui sentido algum, tudo isso por conta da montagem apavorante do filme. E acompanhando isso tudo, temos essa sensação de “malhação” que o longa apresenta, misturando diversas cenas de vergonha alheia que envolvem desde situações românticas totalmente embaraçosas entre os membros da banda até cenas que parecem sair de um filme pornô. Sério, beira o ridículo, a recomendação é apenas rir de tudo apresentado para tentar extrair algum lado positivo.

    Além do tosco, o longa apresenta até uma maldade não justificável em seu desenvolvimento. Alguns planos do filme apresentam aviões ao fundo da cena (quem teve essa ideia idiota??). Além disso, o filme explora porcamente suas personagens femininas, desde a exposição desnecessária do corpo até as situações no geral, como as cenas já citadas beirando o pornô absurdo.

    Por mais que seja uma bomba, é possível tirar um pequeno empenho do elenco, que por mais que seja mal utilizado, escrito e desenvolvido, o ator Ruy Brissac como Dinho faz um trabalho interessante em meio este caos. Além da maior semelhança com a figura original, o foco do filme acaba o servindo, projetando cenas de leve carisma e interesse com o personagem. O resto do elenco da banda acaba que mal utilizado ou beirando situações de vergonha (como o personagem do Sérgio Reoli tirando a camiseta todo o momento).

    Mamonas Assassinas: O Filme infelizmente não fez jus ao sucesso marcante da banda na música brasileira. É uma obra que falha em tantas quesitos audiovisuais que o único sentimento que fica após assisti-lo, é de revolta. Nem mesmo os shows retratos no filme conseguem salvar muito bem, a nostalgia acaba que anulada devido tanta bagunça. Uma pena figurar entre uma das piores obras do cinema brasileiro em 2023.

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