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Crítica | Manchester à Beira-Mar

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Casey Affleck dá vida a Lee Chandler, um homem anestesiado com a vida que trabalha como zelador do prédio onde mora no porão. Lee se vê forçado a voltar para sua cidade natal após descobrir que seu irmão (Kyle Chandler) faleceu. A perda do irmão leva Lee a virar o guardião de seu sobrinho adolescente (Lucas Hedges), que está sozinho após a perda do pai e do afastamento da mãe. Ao meio desses problemas, Lee vai se envolvendo cada vez mais com seus problemas do passado, ao mesmo tempo que precisa dar um jeito em seus problemas atuais.

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O filme é um dos maiores destaques no quesito drama humano nesses últimos anos, a história é pesada e os diversos acontecimentos da vida de Lee são fortes e mostra a realidade brutal que muitas pessoas vivem no seu dia-a-dia. Lee é uma personagem construída aos poucos, ao primeiro contato, ele é um homem amargurado com a vida, mas que com a edição do filme, momentos do passado intercalam por meio de flashbacks com sua vida atual, revelando os motivos que levam Lee a ser uma pessoa existencialmente vazia. A proposta do filme é fazer com que você pense sobre o perdão, tanto no sentido de perdoar os outros, e principalmente em se perdoar por algum ocorrido; e é isso que mais aflige nosso protagonista, que não consegue perdoar a si mesmo por ter machucado outras pessoas.O que mais chama a atenção ao longo de seus 135 minutos, é a realidade existente no filme. As personagens não estão ali para fazer com que elas compartilhem conselhos e consigam sair dando a volta por cima de seus problemas; elas estão ali para mostrar a cruel realidade do mundo, que ele não vai parar porque você está sofrendo, ele continua, assim como a vida.

O trabalho dos atores é o outro destaque do filme. Casey Affleck (Onze Homens e Um Segredo) ganhou o globo de ouro por esse papel, e não foi nada mais justo; o ator da vida à uma personagem sem vida com maestria, onde você consegue sentir o vazio de Lee e sua angustia com a vida. Kyle Chadler (Bloodline) faz o irmão mais velho ter presença o filme todo, mesmo aparecendo em poucas cenas. Michelle Williams (Sete Dias com Marilyn) aparece poucas vezes no filme, mas em todas se destaca, principalmente em um cena onde sua personagem confronta Lee sobre os problemas passados.
Manchester à Beira-Mar é um filme brutal que apresenta visões sobre a persistência do luto, e a esperança de redenção e perdão. Com uma maestria nos planos de Kenneth Lonergan, somados a uma trilha sonora marcante, o filme é uma das maiores obras do ano e com certeza terá seu espaço garantido no próximo Oscar.

https://www.youtube.com/watch?v=q5T6XWtcmH0

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