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    Crítica | Maya e os 3 Guerreiros

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    Jorge R. Gutierrez (Festa no Céu) é um animador, diretor, pintor, escritor apaixonado pela cultura da América Latina, em especial a cultura mexicana. Tão grande quanto a sua paixão pela sua cultura é o seu fascínio sobre a morte. Podemos ver isso nas suas obras principais obras e principalmente no seu último trabalho, Maya e os 3 Guerreiros, que estreia nesta sexta-feira, 22/10, na Netflix. A minissérie apresenta um mundo mítico, onde a magia é real e quatro reinos governam. Em um deles vive uma princesa guerreira, corajosa e rebelde chamada Maya. Ela embarca em uma aventura fantástica para cumprir uma antiga profecia, que consiste em derrotar os deuses e salvar a humanidade.

    Netflix/Divulgação

    A minissérie dirigida por Gutierrez mistura em sua trama elementos da cultura Asteca, Maia, Inca e cultura Caribenha para criar um universo único, que é muito rico em detalhes, cores, texturas e caveiras. Além disso a animação consegue fazer um excelente uso de diversos elementos 3D, que literalmente saltam a tela, durante todos os nove episódios, mas principalmente no último. Toda a animação tem uma ótima fotografia, que é vívida e repleta de luzes que criam nuances que amplificam o que sentimos ao vermos as cenas. A montagem é ágil e isso faz os 35 minutos de duração, em média, dos episódios, voarem diante de nossos olhos. A direção de Gutierrez ainda ousa e dentro da produção usa de outras técnicas de animação, para contar as suas histórias que são divertidas, cheias de aventura e tocantes. As canções são usadas como plano de fundo e dão o toque certo para a trama, em especial nos momentos mais comoventes da história.

    Os personagens criados pelo roteiro da são cativantes, desde a protagonista Maya até os coadjuvantes. A protagonista é o foco da trama e vemos a bem a sua evolução, pois ela começa imatura e vai crescendo, enquanto erra.

    Todos os personagens da trama (incluindo os vilões) tem um lado bom, mas as suas falhas e como reagem a elas é o que define o seu caráter. Os três guerreiros da trama, que são aliados de Maya, são representados como pessoas excluídas de suas tribos. A exclusão se dá por vontade própria (penitência pelo seu erro) ou pela da sociedade. O que funciona como crítica para aqueles que excluem os outros pelas suas diferenças.

    A dublagem é ótima e os atores escolhidos conseguem dar personalidade aos seus personagens. A relação entre Maya e sua mãe é engraçada e emocionante, ambas vem a vida de modo diferente e com o tempo aprendem uma com a outra e mudam os seus modos de ver a vida. A Netflix acertou no desenvolvimento dos seus personagens e na construção das piadas da história. Temos todos os tipos de piadas, que devem fazer a alegria dos pais e da criançada.

    As cenas de ação são bem coreografadas e ricas de efeitos visuais. O último episódio é o que possui as imagens mais épicas e marcantes. A produção tropeça em alguns aspectos narrativos, no que diz respeito a mudança de atitude de alguns personagens de uma hora para outra, mas nada que atrapalhe a diversão.

    Maya e os 3 Guerreiros é uma minissérie criativa, sensível e que trata sobre questões como a família, aceitação de diferenças e também de morte, mas de um modo genuíno, tocante e divertido. Uma produção mais que e indicada para toda a família. Os pequenos vão amar!

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