O novo suspense da Netflix, Mentiras Perigosas conta a história de uma jovem cuidadora de idosos que herda os bens de seu paciente. Mal sabe ela que essa riqueza inesperada também trará segredos sombrios, traições e perigos. Sinopse interessante né? Bem, o longa no geral agrada mas fica extremamente dependente do fator coincidência, o que tira a credibilidade da obra que muito lembra o excelente Entre Facas e Segredos.
O roteiro de Mentiras Perigosas escrito por, David Golden (O Vigilante), acerta ao criar uma história interessante, mas falha terrivelmente em criar um suspense, de qualquer tipo! Não ficamos em momento algum apreensivos ou preocupados com os personagens, pois nada acontece. Dicas aparecem, incertezas sobre as verdadeiras intenções são lançadas, mas até o último ato nada ocorre. Os mistérios são resolvidos, de modo aceitável, mas pouco crível. Tudo é que o casal vive é devido a uma sucessão de acasos e más escolhas, que poderiam ser resumidos com a aquela velha máxima do “pessoa errada, lugar errado”. A fotografia da abertura é muito boa é empolga no início, mas depois ela caí de qualidade e se resume no feijão com arroz, junto com o roteiro do filme que tenta inovar, mas depois de um tempo desiste e recicla alguns clichês do gênero apenas para dar volume ao longa.
As atuações até são interessantes, pelo menos a do jovem casal protagonista, Camila Mendes (Riverdale), atua de modo seguro e sua personagem é a mais interessante do longa. O mesmo vale para Usher (The Boys) que cria um personagem contraditório, nos deixando com um pé atrás sobre suas verdadeiras intenções. O restante do elenco pouco aparece e quando aparece não diz ao que veio. A direção de Michael Scott (Uma Babá Milagrosa) é preguiçosa e pra lá de sem graça. Não existe um grande momento nesse filme, algo memorável.
Mentiras Perigosas é um passatempo ok! Não é a pior produção da Netflix, mas deixa a desejar como filme de suspense. Se nessa quarentena você estiver com muito tempo livre assista, caso contrário passe longe.