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    Crítica | Mercenários 4

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        Muito se diz sobre a necessidade ou não de uma sequência, ou até de uma produção original. Talvez sejam assuntos que não possam ser respondidos de maneira superficial, mas uma vez que não se propõe a condenação da necessidade ou não de um filme o que sobra é o entendimento sobre uma noção de qualidade. A franquia Mercenários começou em 2010 com o filme dirigido pelo próprio Sylvester Stallone, que também o idealizou inspirado em um roteiro não utilizado do roteirista David Callaham e agora após um hiato de 9 anos retorna com o quarto filme da série. Mas o que podemos esperar após todo esse tempo?

    Mercenários 4  reúne novamente alguns grandes astros de ação com seu auge em diferentes décadas, sejam os tradicionais brucutus oitentistas como Dolph Lundgren ou expoentes da ação no sudeste asiático como Tony Jaa. Nesse sentido a franquia continua a tradição de dar visibilidade para figuras que tiveram alguma importância dentro do gênero mas infelizmente faz isso de uma maneira que se distancia dos interessantes referenciais da franquia.

    Não que nos filmes anteriores tenha existido um grande investimento em desenvolver bons arcos dramaticos ou cenas de ação com um refino maior, mas em Mercenários 4 mesmo nos momentos que apostam na coreografia de luta de alguns excelentes profissionais ainda é difícil destacar passagens que consigam ser marcantes. Se nos efeitos visuais envolvidos em cenas de grande escopo não parece haver um polimento maior, essa noção de inacabado ou pensado pela metade acaba se estendendo para quase todos os aspectos do longa. Isso se dá porque não existe no filme nenhuma solidez na continuidade de acontecimentos ou na própria expressão desses acontecimentos que amarre o longa de uma maneira funcional, os personagens são definidos por meia dúzia de frases soltas que se reclicam, ou por uma tentativa de drama que não se permite permite tempo de ser dramática para não atrapalhar a sequência de tiros e explosões ou montagens que sequer entretêm.

    Uma possível tradução para o nome original da série (The Expendables) seria algo como “Os Descartáveis” e talvez houvesse algum potencial de comentário nessa chave que o filme poderia fazer sobre o próprio estado desse núcleo de filmes na América do Norte ou da recorrente tentativa de retomar essa estética dos filmes de ação do passado que aqui se mostra apenas decadente mas Mercenários 4 não funciona muito bem nem na chave de paródia.

    É curioso que uma franquia que já surge como um sintoma de esgotamento de uma fórmula de filmes tenha conseguido gerar tantos expoentes ao longo de mais de uma década, dito isto, apesar dos 77 anos de um Stallone que não ja não demonstra a imponência física de antes (e normalmente não deveria mesmo) este muito provavelmente não será o último.

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