seg, 18 novembro 2024

Crítica | Meu Amigo Lutcha

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Em Meu Amigo Lutcha (Chupa), durante uma visita à família no México, um menino solitário faz amizade com uma criatura mítica. Juntos, eles embarcam em uma grande aventura.

A visível e, já de antemão, incômoda oscilação entre homenagem e plágio presente na inocente produção da Netflix “Meu Amigo Lutcha” não torna o torna, porém, um filme necessariamente só provido de falhas. Há, de fato, semelhanças indiscutíveis entre o longa de Jonás Cuarón (filho do cultuado cineasta Alfonso Cuarón) e a obra-prima de Steven Spielberg, E.T. – O Extraterrestre e podemos afirmar que algumas deles até são bem aplicadas à produção, trazendo uma dose generosa de nostalgia que vem a ser necessária, por tornar o filme de Cuarón algo simples e cativante, mesmo diante de tantos clichês e semelhanças com obras populares da cultura pop.

Imagem: Netflix/Reprodução

Tal como Elliot de E.T., um menino solitário que é visto pelos colegas e até pela família como um garoto que vive no “mundo da lua”, Alex, protagonista de Meu Amigo Lutcha, também é um rapaz deslocado, visto como um estranho no ninho, que também encontra um ser “alienígena” com quem constrói uma amizade. Em ambas as histórias, há uma interessante ligação entre o personagem humano e a criatura sobrenatural, tanto nas suas respectivas histórias quanto nos sentimentos. A produção da Netflix, mesmo estando há anos luz de distância da qualidade narrativa da obra de Spielberg, sabe construir uma cativante relação entre seus protagonistas, além de saber dar um tempero adicional à movimentação da trama com bons coadjuvantes. O roteiro, por outro lado, em nada soube inovar, deixando a história presa numa agoniante zona de conforto onde nada de impactante é apresentado. Existe, porém, uma genuína retomada de suas raízes mexicanas, por parte do diretor, que valoriza bem o folclore do país, o exaltando e tornando interessante para um público que desconhece a cultura do México.

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O núcleo secundário de Meu Amigo Lutcha é um dos grandes acertos do filme de Jonás Cuarón, com personagens simples, porém que esbanjam simpatia e até um certo conforto que só encontramos em filmes “sessão da tarde”. Os primos do protagonista, Luna e Memo, são interpretados respectivamente pelos jovens promissores Ashley Ciarra e Nickolas Verdugo. Já o avô, Chava, é vivido pelo veterano e energético Damián Bichir. A direção conduz bem os coadjuvantes do filme, tal como tenta fazer com o protagonista, interpretado por Evan Whitten, porém lhe faltou carisma necessário para entregar uma atuação que chamasse mais a atenção do público. No longa, há também um mal aproveitamento do núcleo antagonista, que é simplesmente jogado à trama com o único intuito de caçar a criatura misteriosa do folclore mexicano. Representados por um fraco Christian Slater, o elenco de vilões não amedronta, tampouco são ameaçadores para os personagens principais.

Imagem: Netflix/Reprodução

A ambientação na década de 1990 é bem construída, apesar do excesso de referências midiáticas, como pôsteres e brinquedos referentes aos grandes sucessos da época, como Jurassic Park (mais um clássico de Spielberg referenciado), que acabam se tornando uma nostalgia forçada, para surfar na mesma onda de produções saudosistas que procuram conquistar o público que se atrai por tais recordações. Porém, o fator técnico mais problemático de Meu Amigo Lutcha é o CGI obsoleto, que deu ao chupa-cabras principal um aspecto animado altamente grotesco, sem texturas, sombras e movimentos artificiais que mais se assemelham a um game do início dos anos 2000.

Salvo pelos personagens secundários e por algumas semelhanças bem empregadas a obras de Steven Spielberg, Meu Amigo Lutcha pode divertir o público mais novo, além de despertar interesse de quem se afeiçoa às produções mais saudosistas da Netflix. Também não podemos negar que o espírito de quinta série permanece firme e forte em nossos corações quando nos deparamos com o título original da obra.

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