ter, 23 abril 2024

Crítica | Minha Fama de Mau

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Tenho pra mim que o maior desafio de um cineasta é fazer uma cinebiografia. É muito complicado contar a história de alguém, ainda mais a de alguém que possui importância histórica. A responsabilidade é grande e os riscos maiores ainda. Quem se arriscar nessa área é Lui Farias (Os Porralokinhas). O escolhido por ele? Nada mais nada menos que “o amigo de fé e irmão camarada” do Rei Roberto, Erasmo Carlos. O roteiro é baseado na autobiografia homônima do mesmo e o resultado não é de todo mau, mas está longe de ser perfeita.

O foco da cinebiografia de Erasmo se dá entre a adolescência, na qual junto com o saudoso Tim Maia eles roubavam canos de chumbo de casarões abandonados para descolar uma grana e viviam a fase rock’n roll da época, passando pelo início e fim da Jovem Guarda. Para inovar o roteiro faz com que, no início da trama, o protagonista quebre a quarta parede e fale com o público, criando uma dinâmica bacana e inédita em filmes desse tipo, porém a ideia após um tempo é abandonada.

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Minha Fama de Mau é uma biografia que não mostra em momento nenhum o lado mau do seu homenageado, optando em permanecer longe de polêmicas, o longa não aprofunda em nenhum momento nenhuma relação da vida de Erasmo Carlos (nem com amigos como Wanderleia e Roberto Carlos). Eles se conhecem e na cena seguintes são os melhores amigos do mundo. Eles se paqueravam e deixa pra lá. Para tentar minimizar esses “vazios do roteiro” o longa usa imagens de arquivos da época (shows, e alguns acontecimentos históricos). Que até ajudam a situar e mostrar o retrato da época, mas não apaga as tramas não resolvidas do longa.

Quando o roteiro não ajuda, quem salva a pátria? Os atores. E esses tiram de letra. Chay Suede (estreando no cinema) mostra todo o seu charme ao encarnar o tremendão com bastante carisma. Gabriel Leone (O Garoto) se saí bem interpretando Roberto Carlos, sem cair na caricatura. Infelizmente Malu Rodrigues (O Homem do Futuro) não tem tanto tempo de tela, mas encanta. Uma observação interessante é que todos cantaram as canções do longa (não usando em momento nenhum dublagem), em resumo eles cantaram e encantaram.

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Minha Fama de Mau é uma bela homenagem a Jovem Guarda e a tudo que Erasmo Carlos representa, com bons atores e uma trama ágil o filme cumpre o seu papel de entreter e relembrar as belas canções que marcaram época, mesmo possuindo alguns defeitos típicos de cinebiografias o filme irá agradar os fãs.

Ps: A trilha sonora é maravilhosa e preferi não falar dela para não estragar as surpresas.

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Hiccaro Rodrigueshttps://estacaonerd.com
Eu ia falar um monte de coisa aqui sobre mim, mas melhor não pois eu gosto de mistérios. Contato: [email protected]
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