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    Crítica | O Amor Dá Trabalho

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    Preguiçoso, folgado e egoísta, esses não são os adjetivos mais lembrados quando se pensa em um anjo ou cupido. Mas se esse anjo/cupido for Anselmo, personagem que Leandro Hassum (Até que a Sorte Nos Separe) interpreta em O Amor Dá Trabalho, talvez isso seja aceitável. Em seus primeiros minutos de filme a nova comédia nacional, mostra a personalidade de seu protagonista através de uma, bem produzida, animação. Após cinco minutos de filme temos a morte do protagonista e essa morte o leva para uma jornada improvável. Para evitar de ir pro inferno ele precisa juntar novamente os ex-noivos Elisângela interpretada por Flávia Alessandra e Paulo Sérgio interpretado por Bruno Garcia, já separados há 12 anos, desde que ela foi abandonada no altar. Simples né? Não, porém garanto que é bastante divertido de se ver.

    O longa não está aqui para recriar as comédias nacionais, mas sim para usar o que elas tem de melhor. Com um elenco afiado e pra lá de carismático. O longa a todo momento (80% dele pelo menos, pra ser honesto) consegue arrancar risadas e boas gargalhadas da platéia com situações plausíveis (uma cena ou outra exagera na tentativa de arrancar risos, mas as demais são situações pra lá de aceitáveis). Flávia Alessandra, interpreta uma empresária vegana que não acredita mais no amor. Bruno Garcia (O Auto da Compadecida) interpreta um empresário rico, que está prestes a ficar noivo da Personagem da lindíssima Monique Alfradique (Chorar de Rir), filha de um fazendeiro, que é o estereótipo da loira burra, que está lá para fazer você rir dar besteiras que ela faz e fala. Todos eles, estão bem em seus papéis e em suas atuações, pois possuem uma ótima química em tela.

    Ale McHaddo, estreia como diretor. Ele é reconhecido por sua carreira em animações. A abertura do longa, por exemplo, foi feita por ele é mostra a sua capacidade como animador. A sua estreia na direção é feita com o pé direito! No longa o diretor dá liberdade para Hassum brilhar em cima do roteiro, que até bem escrito… Até o 2 ato. O roteiro escrito pelo próprio McHaddo e Felipe Mazzoni (também fazendo sua estreia) é criativo nas situações criadas e surpreende com um plot twist muito bem tramado. Porém, o mesmo não pode ser dito de seu final, que força situações em prol de um final clichê e muito forçado. O que é uma pena, mas aceitável. Destaque para os efeitos especiais do longa, em especial os utilizados para retratar os deuses (Horús, que possui uma cabeça de águia feita totalmente em CGI e o Deus Shiva), a qualidade dos efeitos é muito melhor do que a de muito filme de Hollywood.

    Como dito anteriormente o longa não foge dos clichês tradicionais da maioria das comédias nacionais, temos as velhas gags artificiais e repetitivas, porém elas não são jogadas na tela sem o menor tato, nessa comédia temos o timing cômico magistral de Hassum trabalhando em prol da história e não aquela tentativa irritante e desesperada de arrancar risadas do público com situações sem sentido. Aqui tudo flui bem e na maioria das veZes de modo natural.

    O Amor Dá Trabalho, é uma das melhores comédias estreladas por Leandro Hassum. Um filme pra todo os gostos: piadas inteligente (outras nem tanto), tom escrachado e a velha improvisação, tudo isso misturado com um roteiro trabalhado corretamente e uma direção certeira, fazem desta a melhor comédia nacional do ano.

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