qui, 14 novembro 2024

Crítica | O Assassino

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Eis que temos o retorno de David Fincher para o gênero mais querido por seus fãs ao longo de sua carreira. Repetindo essa parceria do cineasta com a Netflix, o diretor traz uma adaptação do quadrinho de mesmo nome, criado por Alexis Nolent. E a obra funciona em um estilo bastante “quadrinho” ao longo da narrativa, de forma que acompanhamos divisões de capítulos com base nos lugares que o protagonista vai passando(ao melhor estilo do game Hitman). E o Fincher busca sua história por meio desse “dia ruim” que o personagem teve e as consequências levadas por conta de um erro, acompanhando pensamentos e métodos de sua jornada.

Depois de um quase acidente fatídico, um assassino enfrenta seus empregadores e a ele mesmo, em uma caçada humana internacional que ele insiste não ser pessoal.

O longa trabalha de forma interessante essa questão de método e trabalho do protagonista vivido pelo Michael Fassbender. Somos inicialmente apresentados para um “típico” dia comum de trabalho, onde ele precisa esperar pacientemente pela vítima para então executar sua missão. Então somos acompanhados de diversos pensamentos do mesmo sobre seu método, dilemas, manias próprias de seu cotidiano- que passam desde a música estar ligada ao seu método até sua lógica de trabalho totalmente robótica. E os constantes pensamentos(uma ferramenta muito usada no quadrinhos) ajudam e funcionam de maneira orgânica durante a narrativa, de forma que o protagonista é uma pessoa extremamente fria e metódica- só fala quando necessário- então essas passagens do personagem ajudam o telespectador a entender mais quem é aquele homem e o que o atormenta.

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E a frieza do assassino é devidamente mostrada, ele vai fazer o que achar mais correta baseado em seus métodos e dilemas morais. E o filme explora bem questão, o protagonista vai encontrar desde pessoas normais até figuras mais ligadas com seu ramo, e ele não têm filtro, se ele julgar ser necessário matar aquela pessoa, ele vai fazer isso. E os diversos locais onde ele vai passar para concluir seu objetivo pessoal apresentam passagens interessantes em relação aos métodos e formas de desviar de possíveis obstáculos, ao estilo videogame mesmo. Ele precisa de tal coisa para adentrar naquele local, então ele vai precisar seguir aquele indivíduo para conseguir a chave e assim concluir seu objetivo, são detalhes curiosos e empolgantes de acompanhar ao longo do filme.

O principal problema do filme é sua falta de impacto. Existe uma passagem do filme que trabalha essa consequência do erro causado na introdução do filme, onde temos a pessoa mais importante para nosso protagonista. É uma rápida cena para justificar as futuras decisões com o restante do filme, desde a caça até execuções. O problema é que não parece surtir efeito, uma vez que essa pessoa que ele se importa aparece muito pouco, não sabemos detalhes dessa relação entre eles, acaba servindo apenas como desculpa para sua eventual jornada, além disso, as figuras secundárias não surtem um efeito chamativo para a narrativa, dado seu mal aproveitamento ao longo do filme. E ao final do longa, o embate final, assim por dizer, deixa claro essa fragilidade do filme para construir e finalizar a mesma. Fica uma sensação de: E isso? Acabou? Falta emoção, por mais que fique explícito a frieza do assassino e sua noção de mundo. Um começo e fim sem mudança alguma.

E por mais que seu principal problema seja um agravante para o impacto da narrativa. É um filme extremamente bem feito, seja pela composição sonora, o visual sempre agradável aproveitar durante os trabalhos do diretor. E um especial para a mixagem de som, destacando momentos mais tensos do filme, desde um tiro silenciado até uma briga em meio diferentes ambientes de uma casa, e acaba ajudando na tensão. E além de tudo, a atuação ótima de Michael Fassbender que funciona tanto de maneira mental como corporal, as manias e tiques do personagem chamam a atenção ao longo de sua jornada, fique nítido a obsessão do cineasta com o ator/protagonista. E por conta de outros trabalhos impactantes do diretor, O Assassino, acaba que se revelando apenas com um bom Thriller, com passagens interessantes do método brutal do assassino, mas faltando um impacto narrativo tanto de construção de motivação quanto consequências.

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Destaque

Eis que temos o retorno de David Fincher para o gênero mais querido por seus fãs ao longo de sua carreira. Repetindo essa parceria do cineasta com a Netflix, o diretor traz uma adaptação do quadrinho de mesmo nome, criado por Alexis Nolent. E...Crítica | O Assassino