seg, 23 dezembro 2024

Crítica | O Bom Dinossauro

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[s3r star=3/5]

A premissa é bem simples: há 65 milhões de anos atrás um jovem dinossauro, com a ajuda de seu pet-humano, tenta reencontrar o caminho de casa após ter perdido seu pai em um acidente e ter também se perdido de sua família. Não existe outra frase, além da descrita, que possa sintetizar melhor a narrativa simplista de O Bom Dinossauro (The Good Dinosaur, EUA, 2015).

O jovem dinossauro Arlo faz parte de uma família de dinossauros fazendeiros da pré-história. Ele é medroso e desengonçado e sonha em deixar sua marca no silo da família. Contudo, após perder seu pai e se perder de sua família, Arlo faz de tudo para voltar para casa, tendo como companheiro de viagem um garoto das cavernas, o qual logo atende pelo nome de Spot. A semelhança comportamental de Spot com a de um cachorro, logicamente, não é proposital e torna o desenvolvimento da trama mais divertido e menos cansativo.

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Porém, engana-se quem pensa que O Bom Dinossauro é apenas uma narrativa simplória. Embora realmente simples, a trama envolve os protagonistas (e também o espectador, é claro) em uma série de valores amigáveis e familiares, ou acaba por também invertê-los colocando, por exemplo, o animal (Arlo) como o “humano” da estória e o humano (Spot) como o “animal”; neste caso o pet-animal-humano do animal (dinossauro). Além desta exaltação e também inversão de valores, o filme continua a mostrar o amadurecimento da Pixar em vários sentidos, especialmente nos aspectos técnicos ao mostrar paisagens digitais altamente pseudo-realistas. Outro ponto positivo e “maduro” é a cômica cena em que os dois protagonistas encontram-se drogados após comerem algumas “frutinhas alucinógenas”. Embora seja curta, a cena mostra um nível de amadurecimento por parte de seus realizadores ao mostrar o uso – embora sutil – de alucinógenos em um desenho (do mesmo modo em que a Pixar mostrou armas de fogo em Os Incríveis e uma cena de funeral em Operação Big Hero).

Sem um vilão específico ou um antagonista de destaque, poucos são os obstáculos na jornada de Arlo de volta para sua casa. Tal jornada envolve alguns tiranossauros-rex, um tricerátops hinduísta, alguns velociraptores ladrões e inúmeras referências que vão de O Rei Leão até famosos filmes de faroeste. Destaque para o curta-metragem Os Heróis de Sanjay – também da Pixar – exibido antes do filme. Só o curta-metragem (que parece ser autobiográfico) já vale o ingresso da sessão ao mostrar a relação familiar e religiosa entre pai e filho e suas “divindades superpoderosas” – relação esta que é encarada de diferentes pontos de vista.

Parabéns, Pixar… e continue amadurecendo!

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