Mockbuster é uma produção feita para ser lançada em home video com o intuito de homenagear/imitar as grandes produções lançadas no cinema. Esses filmes usam de suas semelhanças, no título ou no tema, para se promover a partir da publicidade do original. As produções tem um baixíssimo orçamento e o seu foco é obter lucro, mesmo tendo uma qualidade pra lá de duvidosa. O Chamado 4: Samara Ressurge é uma produção que se encaixa nesse conceito. O motivo? A produção O Chamado é um remake americano, baseado no filme japonês Ringu, que fez muito sucesso no final dos anos 90. Sadako é a continuação direta de Ringu 2 que não tem nada haver com a produção americana lançada nos cinemas. Na verdade, a nova produção pouco tem haver até com a sua própria franquia (já que a produção ignora tudo feito sobre a personagem), mas isto é conversa para outro dia.
O Chamado 4: Samara Ressurge mostra que as pessoas que assistem a um vídeo amaldiçoado morrem repentinamente. Essas mortes ocorrem em todo o Japão. Ayaka Ichijo é uma estudante extremamente inteligente com um QI de 200 que terá que revelar o mistério do vídeo amaldiçoado para salvar a vida de sua irmã mais nova que assistiu para se divertir. Novo filme, novas regras e nenhuma referência a versão americana ou japonesa, fazem desse filme uma obra separada que apenas trata sobre o mesmo tema dos filmes citados. Analisando ele como sequência já poderíamos nos decepcionar. Mas acreditem, fazendo a análise como obra independente da obra original, o filme deixa ainda mais a desejar.
A direção de Hisashi Kimura opta por criar uma trama simples que possui ideias interessantes, mas que sempre são mal executadas. Questões como deep web, velocidade de consumo de informações e redes sociais poderiam ser abordadas ou exploradas, mas perdem espaço para uma trama que foca em querer dar jump scares no seu público, sem conseguir assustar em momento algum. O ritmo da história carece de urgência e nunca sentimos ou notamos ela. No filme as vítimas da maldição são perseguidas por um espirito maligno que assume a forma de alguém que elas conhecem. Para resolver o problema e se ver livre da maldição os personagens precisam pensar fora da caixa, atrás de uma solução. Algo que realmente poderia ser instigante e assustador, mas que no fim não funciona. Em especial pelo humor nonsense, que quebra o clima quando começamos a ficar tensos com a situação. Pra nossa sorte, o humor não surge às custas do espírito, mas sim das reações pra lá de exageradas do elenco. Para completar a fotografia e a trilha sonora que deveriam ajudar a produção a dar sustos ou criar momentos tensos não fazem nada além de atrapalhar.
O Chamado 4: Samara Ressurge é desonesto com os fãs da franquia O Chamado, não funcionando nem como filme de terror e nem como comédia. A produção não assusta e nem diverte. Essa é uma verdadeira bomba, com cadeira cativa na lista de piores do ano.