qua, 23 outubro 2024

Crítica | O Colibri

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O sentimento de inércia e da falta de progresso é quase que inevitável de se sentir ao longo da vida adulta, desde o olhar para trás e desejar ter feito algo diferente até a sensação de inevitabilidade de acontecimentos. Essas são as questões de “O Colibri”, filme dirigido por Francesca Archibugi, baseado no romance de sucesso do autor italiano Sandro Veronesi.

Na trama, acompanhamos Marco Carrera, um oftalmologista que, através de uma visita de um psicanalista da sua esposa, começa a relembrar momentos de sua vida. A trama se divide e apresenta momentos de pontos chave da vida de Carrera, sua adolescência, início da vida adulta e velhice. 

Na adolescência presenciamos momentos chaves que definiriam sua vida e personalidade, o exemplo é o falecimento de sua irmã Irene e o término do relacionamento com sua paixão adolescente, Luísa. Enquanto na vida adulta, Carrera busca um ideal de vida através do conforto das escolhas esperadas para seu gênero e papel social e acaba formulando um casamento que está fadado ao fracasso. 

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O longa mira em tentar criar a mesma narrativa fragmentada da obra original, com o seu protagonista já velho, relembrando suas escolhas e as consequências das mesmas. Ainda assim, o ritmo do filme acaba se prejudicando por tal escolha da direção, os momentos decisivos da vida do protagonista acabam perdendo sua profundidade, se tornando apenas cenas informativas e superficiais. 

Mesmo com os tropeços do ritmo e profundidade da direção, os temas de O Colibri conseguem ser bastante sólidos, gerando uma empatia forte com o público. Assim como o animal do título, Marco é como um Colibri, um beija-flor que por mais que se movimente insanamente, nunca sai do lugar. 

O Colibri é um filme sobre a contemplação da sua existência, sobre como as escolhas, ou falta delas, geram consequências que são insatisfatórias e inevitáveis por conta da falta de ação. Carrera vive numa inércia existencial que ao lembrar de situações nostálgicas, se questiona do que poderia ter sido e não foi. 

No fim, a obra cria uma série de acontecimentos convidando o espectador a refletir sobre nossas ações e a inevitabilidade de consequências em relação a elas. Mesmo entregando pouca profundidade nas memórias do protagonista, O Colibri cria uma reflexão existencial sobre nossas vidas e do que nos cerca.

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