O que parece ser uma surpresa um filme desse porte não ser uma completa bomba é o mais chamativo aqui. Depois dos materiais divulgados e histórias por trás dos bastidores, o resultado esperado era o pior possível. Mas não é o encontrado aqui, é um filme com um entretenimento medíocre e um baile com flertes a lá John Wick da Shopee.
As almas gêmeas Eric Draven e Shelly Webster são brutalmente assassinadas quando os demônios de seu passado sombrio os alcançam. Atravessando os mundos dos vivos e dos mortos, Draven retorna em busca de vingança sangrenta contra os assassinos
Enquanto o antigo filme pegava uma cara assumidamente gótica e intensa de acompanhar, o remake busca algo mais genérico e se assemelhando com os sucessos recentes de franquias de Hollywood. É um longa que busca a violência mais direta e crua, o que ajuda a causar impacto e se afastar daquele erro de fazer um filme “violento” e com pg-13 na história. Claro que a inspiração na hq mais recente do personagem causou esse novo visual e tom escrachado do personagem, porém é nítido as escolhas mais seguras para fazer um filme minimamente assistível.
É uma narrativa bem mais simples, acompanhamos a jornada de encontro e desencontro dos dois personagens. Enquanto o filme antigo já jogava o telespectador na volta de Eric como corvo, aqui presenciamos toda sua transformação e dificuldade de ter o olhar de sua real situação. O filme usa um espaço lúdico para representar as idas e vindas do personagem com a morte e entendendo o significado real daquele amor que ele precisa vingar por meio da violência. É um lance bem didático e simples, com uma presença clara de uma espécie de anjo o orientando, porém funciona no entretenimento básico.
A violência de “O Corvo” consegue distrair o público de uma possível chatice ao longo das 1h50 minutos. Conforme o filme ser bem cru com seu gore, com direito a decapitações, desmembramentos, espadas samurais, tiros. Praticamente uma cópia de John Wick com foco no gore. Até mesmo no amor dos personagens, enquanto o original focava mais no amor genuíno e puro, esse parece se importar mais pelo tesão e amor juvenil, que nos afasta dos problemas. Mesmo que o longa trabalhe essa relação e construa cenas dos dois juntos, a sensação do pós tragédia é muito mais de uma missão de vingança sem uma real consequência ao seu final. Uma batalha do bem contra o mal, com direito aos vilões terem pacto com o diabo.
De bem ou mal, “O Corvo” de 2024 se apresenta medíocre, porém operante quanto sua história. Não chega perto da bomba esperada pelo materiais divulgados, porém não empolga tanto quanto um filme de ação. Bill Skarsgård fica entre o charmoso e seu trabalho chamativo corporal, das tatuagens e físico do ator, mesmo que o visual não chegue nem perto do incrível Brandon Lee.