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Início Críticas Crítica | O Destino de Haffmann

    Crítica | O Destino de Haffmann

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    Filmes se passando em guerras são obras comuns no cinema mundial. Existe um certo fascínio no cenário que é montado, principalmente na Segunda Guerra Mundial, por ser uma época histórica de conhecimento comum e que o público não precisa se aprofundar muito para entender o contexto que a história se passa. Esse é o caso do filme Destino de Haffmann, uma adaptação da peça de Jean-Philippe Daguerre, dirigida por Fred Cavayé. A direção de Cavayé se mostra sendo fiel ao que o espetáculo original se mostrou, boa parte das cenas e da história são desenroladas em um número limitado de cenários, trazendo tanto a sensação claustrofóbica e ao mesmo tempo íntima.

    Tal escolha narrativa foi benéfica por permitir que, assim, o trio protagonista brilhe com suas atuações. No papel de Joseph Haffmann temos o veterano Daniel Auteuil, que nos entrega uma atuação um pouco automatizada, mas devido ao seu talento e genialidade, até mesmo o mínimo de esforço ainda é espetacular de se ver. Acompanhando Auteuil, Sara Giraudeau e Gilles Lellouche interpretam o casal Blanche e Françóis, que a dinâmica dos dois e suas interações com o personagem Haffmann causam uma intrigante dinâmica ao longo da obra.

    O maior tema que pode ser observado dentro do longa é a banalização do mal, acompanhamos ao longo das duas horas de filme os três personagens sofrerem por divergências e ambições ao estarem condicionados a conviver no mesmo espaço. Porém mesmo com o tema tendo ficado claro na virada do segundo para o terceiro ato, a falta de dicas e “foreshadowings” para uma reviravolta sutil e cruel é notada na primeira metade do filme. A virada de personalidade em um dos protagonistas é brusca, suas motivações não são mostradas ou sequer sugeridas ao espectador para o desdobramento se tornar satisfatório.

    O Destino de Haffmann é um filme que entrega sutilezas pouco visíveis apesar de suas temáticas serem trabalhadas esforçadamente por parte de Cavayé. Apesar de possíveis falhas na transformação e virada temática da obra, a atuação do trio de protagonistas junto com a paixão pela obra de sua direção conseguem entregar um longa que nos intriga, surpreende e emociona.

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