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    Crítica | O Deus do Cinema

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    De tempos em tempos, Hollywood experimenta uma onda de nostalgia por momentos do seu passado, olhando para trás numa indústria muito diferente do que é hoje, recentemente tivemos filmes como Babilônia e Fabelmans que seguem este caminho. Com esse pensamento, o veterano cineasta japonês Yoji Yamada mostra sua versão de nostalgia e paixão pelo cinema do Japão em O Deus do Cinema. 

    Yamada busca lembranças de uma indústria que estava nascendo após a Segunda Guerra Mundial, a trama acompanha dois personagens fictícios relembrando o passado em plena pandemia. O foco principal é em Goh, um assistente de direção e Yoshiko sua amada e  atendente de bar, que viveram uma triângulo amoroso com Terashin, um projecionista. 

    O Deus do Cinema busca juntar comédia e melodrama na história em dois tempos, acompanhando Goh, vivido por Masaki Suda na juventude e por Kenji Sawada na terceira idade. O sentimento emanado pela obra se mostra bastante sincero, é clara a paixão de Yamada pela sétima arte junto com sua roteirista Maha Harada, cada cena é carregada de charme e emoção. 

    É difícil saber a dosagem certa para um melodrama, com sorte o cinema japonês tem bastante habilidade nisso, existe um linha tênue para que a obra não beire ao patético mas também que possa apresentar com emoção os sentimentos de seus personagens. Yamada se mostra competente em brincar com esses elementos, abusando de uma trilha sonora mais melosa e de closes mais fechados que deixam claros o sofrimento de seus personagens.

    Infelizmente todo o charme do filme conta com um problema de ritmo claro. A obra soa como algo inacabado por parte de Yamada, existe um interesse maior do diretor nos tempos atuais, onde as cenas tem mais cuidado, os flashbacks acabam ficando com uma sensação procedural. 

    O Deus do Cinema é uma obra que respira e celebra a arte cinematográfica através de uma mistura orgânica entra comédia e melodrama que atinge a dosagem precisa. Apesar de um ritmo falho, a emoção sincera presente na obra compensa os tropeços criando assim uma experiência agradável de se assistir.

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