dom, 17 novembro 2024

Crítica | O Enfermeiro da Noite

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Charles Cullen foi um enfermeiro que confessou ter matado 40 pessoas que estavam sob seus cuidados nos hospitais em que trabalhou. Porém, a policia acredita que o número de assassinatos cometidos tenham superado os 400 óbitos. A narrativa de O Enfermeiro da Noite, conta a história de uma enfermeira sobrecarregada que faz amizade com um novo colega no trabalho. Até que uma morte inesperada a faz enxergá-lo de outra forma. A produção já está disponível na Netflix.

O Enfermeiro da Noite tem como protagonista a mulher que descobriu e ajudou a polícia a provar que Cullen era um assassino em série. Com isso, a narrativa deixa de lado as motivações do serial killer e foca apenas na relação entre os enfermeiros, tudo sendo visto pelo ponto de vista da personagem vivida por Jessica Chastain (AVA). Isso dá a trama uma perspectiva sobre os problemas existentes no sistema hospitalar americano e os problemas que a enfermeira enfrentou. Amy Loughren (Chastain) trabalha em um hospital e tenta equilibrar sua vida profissional com a pessoal, até que descobre que tem uma condição cardíaca que pode matá-la se ela não fizer um transplante de coração. O primeiro ato da produção é perfeito,pois apresenta a personagem principal, desenvolve os dilemas que ela enfrenta no trabalho e o início de sua relação com Cullen. Além de ter diversos elementos que inicialmente são repletos de tensão.

O problema na narrativa começa a partir da descoberta de uma morte inexplicável de um dos pacientes de Amy, que acaba em uma investigação criminal iniciada pelo hospital, que em sequência é assumida pela polícia. Questões como se Cullen já foi pego por outras pessoas e os hospitais resolveram abafar os casos, ficam no ar e nunca são aprofundadas. O desenvolvimento dos personagens também deixa a desejar, apenas a protagonista é bem desenvolvida, os demais personagens são apenas meras peças inseridas para contar a desventura que a enfermeira precisou enfrentar para evitar novas mortes. O roteiro tem uma narrativa lenta e que demora a revelar alguns detalhes de como os crimes ocorriam, algo que com o tempo pode incomodar. A fotografia merece uma menção, pois usa uma iluminação baixa, com tons de cinza que querem a todo momento emular uma tensão que é, infelizmente, dissipada pelo andamento lento da história.

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The Good Nurse (2022). Eddie Redmayne as Charlie Cullen. Cr. JoJo Whilden / Netflix

As atuações são boas dentro da proposta e a dupla principal é quem tem maior destaque e acaba carregando a trama nas costas. Eddie Redmayne (A Garota Dinamarquesa) usa uma fala mansa e tímida para esconder o monstro que matou diversos pacientes indefesos. No último ato tem Redmayne, domina todas as ações e rouba a cena. É lindo ver tanto ele como Chastain atuando juntos, são deles os grandes momentos dessa história.

O Enfermeiro da Noite é uma produção com altos e baixos, que foca no drama enfrentando por uma enfermeira que ajudou a polícia a investigar e condenar um dos maiores seriais killers da história. A Netflix está se tornando especialista em apresentar boas produções sobre o tema, para a nossa alegria.

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Hiccaro Rodrigues
Hiccaro Rodrigueshttps://estacaonerd.com
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