sáb, 27 abril 2024

Crítica | O Homem dos Sonhos

Publicidade

Existem duas coisas que se destacam em “O Homem dos Sonhos”: primeiramente sua ideia, talvez a mais interessante no cinema de 2023, em colocar este homem surgindo no sonho de milhões de pessoas e o impacto social ao seu redor, tanto o positivo quanto o negativo . Seu outro destaque é a acertadíssima escolha de seu protagonista, vivido por ninguém mais que o próprio Nicolas Cage.


Paul Mathews (Nicolas Cage) é professor e tem uma vida absolutamente comum. Só que sua tranquilidade está prestes a mudar rapidamente e ele não tinha a menor ideia de que isso iria acontecer. Como num passe de mágica, Paul se torna presença constante nos sonhos das pessoas, algumas que nem conhece. Após a novidade viralizar nas redes sociais, a rotina dele muda radicalmente. Inicialmente, ele, a esposa Janet (Julianne Nicholson) e a família, até curtem os momentos de celebridade.


O longa funciona de modo que conhecemos aquela vida pacata de um professor comum, com sua vida extremamente normal, até que sem nenhuma explicação ele começa a surgir nos sonhos das pessoas, inicialmente em sua pequena comunidade até se espalhar mundialmente. E acaba sendo muito divertido essa reação inicial, acompanhar aquele homem extremamente normal sendo aos poucos chamado pela fama acidental e admirado pelas pessoas ao seu redor. É fato que o filme estabelece essa jornada baseada na era do cancelamento, com praticamente todas as etapas desse tipo de passagem tão comum nos dias atuais, o filme se utiliza de uma ideia fora da curva para representar essa continuidade de eventos que passam desde a admiração até o ódio coletivo.

Publicidade
A24


E o fator comédia do filme funciona em grande parte, ele se utiliza muito da figura inocente do professor e todo esse deslumbre dele pela fama repentina, a caracterização e atuação de Cage é muito bem utilizada, por mais que o filme esteja falando sobre aquele personagem, a imagem do ator é constantemente relacionada, muito em conta da bagagem tão icônica de sua carreira.
E o filme tem uma mescla de momentos interessantes envolvendo esse acontecimento. Existe uma passagem envolvendo sexo que acaba se destacando devido sua quebra de expectativa, tanto no lado cômico quanto na situação em si. É uma obra que não aproveita seu potencial máximo, isso é revelado ao tentar desenvolver o núcleo de cunho mundial, porém acaba sendo mais um “check” da lista do filme do que uma real preocupação. O real impacto de toda uma situação imposta não parece chegar no cunho ideal que a história almeja.


O longa traz esse pulga na orelha ao abordar esse tema, pois quando estamos falando de sonhos, se trata do inconsciente pessoal, então existe uma dúvida no julgamento de toda a situação. Por um lado entendemos o medo coletivo de uma invasão de privacidade que acaba se tornando cada vez mais sinistra. Do outro lado temos um homem quase que completamente inocente caindo de paraquedas em uma jornada que não pediu em momento algum.


Por essas e outras que O Homem do Sonhos acaba se tornando uma das experiências mais curiosas e divertidas dos lançamentos mais recentes. Ele se utiliza muito bem da figura e talento de Nicolas Cage, e por mais que não seja um filme memorável, acaba que divertindo bastante por causa de sua fascinante ideia, mas também revoltando em meio essa analogia da era dos cancelamentos.

Publicidade

Publicidade

Destaque

Ator de “Todo Mundo Odeia o Chris” vai participar do Anime Friends, em julho

Vincent Martella é uma das atrações confirmadas no Anime...

Netflix | Confira os lançamentos de Maio de 2024

O mês de Maio chegou repleto de muitas novidades...

Crítica | Um Caso de Detetive

Abe Applebaum ficou nacionalmente conhecido na infância por seu...

Crítica | O Dublê

Um extenso plano leva o espectador diretamente para os...
Existem duas coisas que se destacam em “O Homem dos Sonhos”: primeiramente sua ideia, talvez a mais interessante no cinema de 2023, em colocar este homem surgindo no sonho de milhões de pessoas e o impacto social ao seu redor, tanto o positivo quanto...Crítica | O Homem dos Sonhos