Última temporada se despede dos fãs com lições sobre luto, confiança, esperança e amor.
Uma das melhores séries de comédia dramática da atualidade se encerra nesta 3ª temporada, disponível na Netflix.
Sandy Kominsky (Michael Douglas), como vimos no trailer, se despede de seu melhor amigo Norman e tenta lidar com a situação de perda, o que não é nada fácil. O personagem se depara com momentos de solidão e tentativas de lidar com a dor da perda do amigo de longa data e perceber que não passará mais pelos momentos de velhice com Norman.
O personagem de Michael Douglas é a alma da série. Tantos temas são trazidos de forma leve e com um bom humor que somente o protagonista poderia trazer aos fãs. As sacadas morais e de comédia do personagem são inteligentes a ponto de deixar quem assiste um pouco reflexivo pela vida.
Apesar da perda do melhor amigo, o personagem de Michael Douglas tem os melhores diálogos com Norman em diversos flashbacks, que foram trazidos de forma a presentear os fãs de Alan Arkin, já que, na época da confirmação de uma terceira temporada da série, o ator teria tido a sua ausência confirmada.
A ex-esposa de Sandy, vivida pela atriz Kathleen Turner, traz a curiosidade que os espectadores que acompanham desde o começo da série sempre pensaram: “como teria sido o relacionamento com a ex?”. Os seis episódios da temporada exploram bastante a relação dos dois e nos faz ficar encantados e apaixonados pela química maravilhosa que ambos os atores possuem.
Já Mindy (Sarah Baker) e Martin (Paul Reiser) tem seu relacionamento explorado, porém não são tão bem cuidados como o esperado. Existe toda uma história para os dois que consegue se dar um aproveitamento melhor, mas parece que os personagens foram deixados um pouco de lado.
Os personagens Phoebe, vivida por Lisa Edelstein, e Robby, vivido por Haley Joel Osment, poderiam ter tido um final melhor. Não que o final não seja merecido, até porque, depois do desenrolar do enredo, o final é mais do que uma torcida pessoal. Porém, deixa uma sensação de vazio e de que poderia ter sido mais bem cuidado, em respeito a trajetória dos personagens.
Por vezes, o desenvolvimento desses personagens e do arco de suas histórias ficam um pouco cansativas pela busca de apenas um objetivo: a herança. Apesar da importante mensagem que esse arco traz, até porque existem muitos casos parecidos na vida real, a forma como esse arco é tratado cansa o público pela insistência exagerada.
A série se desenvolve bem, até chegar no último episódio. Todas as temporadas anteriores vieram com oito episódios e a terceira e última, com seis, ou seja, dois a menos de material que fizeram bastante falta.
O último episódio da temporada teve um ritmo bastante acelerado com duas passagens temporais gigantescas. Os temas a serem resolvidos não eram tão complexos a ponto de necessariamente se ter mais quantidades de episódios para se finalizarem adequadamente, porém, percebe-se que o ritmo de resolução de história teve um ritmo acelerado mais do que o devido. Se a temporada tivesse um episódio a mais, não haveria essa sensação de pressa que o episódio entregou.
Apesar de terminar de uma bela maneira, com uma linda mensagem, o episódio poderia ter sido mais desenvolvido para abrilhantar ainda mais o trabalho impecável de roteiro e dos atores.
Ainda apressado, a temporada se mostra digna de tudo aquilo que foi construído: não se trata de reviravoltas mirabolantes para se criar diversas teorias. Se trata de uma história de luto, esperança, amor e confiança na família e nos amigos.