seg, 2 outubro 2023

Crítica | O Nascimento do Mal

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Percebemos que existe algo de errado com esse tipo de filme desde seu título, ou melhor, a escolha de nome para o lançamento brasileiro. Trata- se de O Nascimento do Mal, novo longa de terror com a temática de fantasma e assombrações na casa, ao melhor estilo Invocação do Mal. Mas ao analisar sua escolha de tradução, é algo devidamente equivocado, uma vez que não existe a concepção ou ao menos a ideia da protagonista dar a luz à algo ruim. Diferente de seu título original, Bed Rest, onde temos uma melhor noção do que está por vir, mas não diminuindo seu impacto negativo com sustos genéricos e maneirismos já conhecidos do gênero.

Depois de lutar para começar uma família, Julie Rivers (Melissa Barrera) fica grávida e se muda para uma nova casa com seu marido. Sob risco de perder seu bebê, ela recebe ordens de repouso absoluto, mas em seguida começa a ver acontecimentos fantasmagóricos

A melhor forma de descrever essa obra, é o mais puro e doce tédio. Passamos a acompanhar as oito semanas de repouso de Julie, por conta do risco da gravidez, ela precisa ficar sob cuidado e com o menor dos esforços para assim dar luz a sua filha. Ela terá que enfrentar o tédio e limitações de espaço para conseguir superar esse período. E infelizmente o filme não consegue lidar com essa barreira e somos “agraciados” com a mesma sensação de nossa protagonista. A vida de Julie começa a ser cercada por assombrações, vozes e rápidas aparições de crianças pela casa, e o filme até tenta mostrar que na verdade se trata de uma questão mental e essa dura superação do luto, mas no final das contas é aquela velha frase: Nada acontece, feijoada.

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Não é justificável acompanharmos uma mulher presa enquanto suposta aparições pra lá de genéricas e previsíveis, exemplo é o uso insistente de um armário para causar susto, chega a ser cômico. Desde jump scares mal feitos, barulhos no teto de seu quarto, vozes e gravações ao melhor estilo Atividade Paranormal. É um filme que tenta pegar esses elementos já batidos e utiliza por todo sua jornada. São “sustos” e momentos que beiram o riso, pois na verdade se trata de uma ameaça inofensiva, sem qualquer perigo, por mais que nossa protagonista esteja em uma situação precária, a abordagem maligna aqui é quase inexistente.

Se existe algo de positivo durante a obra, é o esforço de Melissa Barrera em conseguir entregar algo dessa jornada. Seu trabalho envolvendo trauma, luto e esperança de uma nova vida, trazem um alinhamento com seu telespectador. Sua personagem entrega algo decente de acompanhar, e consegue tirar “leite de pedra” com o fraquíssimo roteiro aqui. Suas transições entre raiva, amor e medo mostram o bom talento da atriz, já demonstrado antes na franquia Pânico.

E até mesmo seu final, onde temos uma resolução um pouco mais direta e reveladora, acaba caindo numa espécie de desfecho novelesco, apesar de aumentar sua dose de terror. No final das contas, O Nascimento do Mal é um filme totalmente esquecível e tedioso, não chega a ofender, mas transparece a falta de criatividade e essa constante repetição de arquétipos do terror Hollywoodiano. Pelo título parecia ser uma Bebê de Rosemary da série B, mas na verdade trata-se de mais um Suspense/ Terror com assombrações “genérico”.

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Destaque

Hiccaro Rodrigues
Hiccaro Rodrigueshttps://estacaonerd.com
Eu ia falar um monte de coisa aqui sobre mim, mas melhor não pois eu gosto de mistérios. Contato: [email protected]
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