qua, 24 abril 2024

Crítica | O Palestrante

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Em O Palestrante, Guilherme (Fábio Porchat), um contador sem perspectivas que acaba de ser demitido e abandonado pela noiva, viaja para o Rio de Janeiro com o objetivo de resolver pendências da empresa que o demitiu. Sem encontrar um rumo na vida, ele é confundido com um famoso palestrante motivacional. Em um impulso de quem não tem nada a perder, assume o lugar do tal Marcelo, sem saber que se trata de um palestrante motivacional contratado para animar os funcionários da empresa de Denise (Dani Calabresa). Guilherme tem que colocar todos pra cima, mas talvez ele também precise desse novo Marcelo para mudar de vida, e ao tomar seu lugar, ele vai tentar achar uma razão própria para viver.

O Palestrante é uma comédia nacional simples, honesta e desenvolve bem seu argumento. A produção não quer reinventar a roda e aposta em usar o que de melhor, as comédias nacionais possuem. Com um roteiro inspirado, escrito por Fábio Porchat (Entre Abelhas) e Cláudia Jouvin (Morto Não Fala). O texto faz piada com a vida pacata do protagonista e ironiza, com razão, as atuais febre das palestras motivacionais e coach, além de abordar outros temas do cotidiano de modo nonsense e debochado. A direção de Marcelo Antunez é sucinta e (Polícia Federal: A Lei É para Todos) dá espaço, e tempo nas tomadas, para que seu elenco talentoso brilhe, brinque com o texto, improvise e se divirta em cena. O resultado dessa escolha é bastante positivo.

O elenco principal está muito bem e consegue com seus personagens e carisma brilhar e arrancar boas risadas, com sacadas afiadas e com piadas de todos os tipos e gostos. Se existe uma falha na trama, é o foco demasiadamente no trio formado por Otávio Muller (Benzinho), Miá Mello (Meu Passado Me Condena) e Paulo Vieira (Especial de Natal: Se Beber, Não Ceie). Não que o trio não cumpra o seu papel, cumpre, mas é que apenas eles interagem com a dupla protagonista e são apenas eles que são vistos no meio daquela grande equipe que está no resort, construindo esteriótipos que não agregam muito à trama. Algo que causa estranheza, mas não atrapalha a diversão.

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Nos momentos de comédia, Antonio Tabet (Procurando Dory), Rodrigo Pandolfo (Minha Mãe é Uma Peça), Dani Calabresa (Exterminadores do Além) e Porchat roubam as cenas com seus improvisos e piadas. Nessas horas, em especial no último ato, a comédia atinge seu ápice. A trilha sonora, composta de sucessos dos anos 90 aparece de modo pontual para animar a trama.

O Palestrante é uma comédia que irá te motivar a ver o lado bom da vida. Com um elenco e texto inspirado essa é a melhor comédia nacional do ano. Assista, ria e reflita sobre os rumos da sua vida numa sessão de 90 minutos com Porchat e companhia.

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Hiccaro Rodrigueshttps://estacaonerd.com
Eu ia falar um monte de coisa aqui sobre mim, mas melhor não pois eu gosto de mistérios. Contato: [email protected]
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