ter, 30 abril 2024

Crítica | O Sabor da Vida

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Em meio diversas obras audiovisuais recentes envolvendo culinária com um tom mais dinâmico e competitivo, surge O Sabor da Vida, novo filme do diretor Tran Anh Hung buscando uma pegada mais contemplativa e reflexiva em meio essa paixão. É um sentimento mostrado desde o minuto inicial dessa obra inesquecível.

A cozinheira Eugenie e seu patrão Dodin se afeiçoam ao longo de 20 anos, e seu romance dá origem a pratos que impressionam até chefs ilustres. Quando Dodin se depara com a relutância de Eugenie em se comprometer, ele começa a cozinhar para ela.

O fascínio do diretor com seus personagens e seu estilo de vida é demonstrado logo nos longos minutos de abertura do filme. A forma como a direção nos encaminha para demonstrar cada ato gastronômico cheio de paixão e experiência é espetacular. É um início com pouquíssimas falas, apenas com comandos de ordem ou agradecimento naquele ambiente fascinante. O filme apresenta a vida impressionante de duas pessoas ligadas por mais de duas décadas com um único objetivo: cozinhar.

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A obra de Tran Hung busca refletir essa ideia da paixão do estilo de vida acima de tudo. Isso é demonstrado logo no relacionando de Dodin e Eugénie na forma como eles compartilham esse amor culinário não só entre si, mas também seus amigos, conhecidos, etc. É a linguagem, a forma mais clara e pura deles se comunicarem com as pessoas ao seu redor. O brilho da comida dourando na tela é combinado ao brilho do olhar dos dois personagens ao realizarem seus gestos na cozinha, com tanto carinho e cuidado.

A decupagem é tão calma e perfeitamente calculada que traz cada detalhe daquela cozinha. A paciência e profissionalismo criam uma poesia absurda sentida por cada legumes cortado, carne cozida, vapor levantado. É um deleite para os amantes da culinária, e ao mesmo nível uma catarse para os que buscam a excelência do cinema.

E para coroar tudo, temos esse relacionamento belíssimo entre Dodin e Eugénie que ultrapassa o simples marido e esposa, é uma conexão além de rótulos. Um filme extremamente românticos, dos gestos da cozinha se equivalerem as demonstrações mais puras de um amor verdadeiro, tudo isso coexistindo. A cena de compreendimento da relação entre eles é uma das coisas mais linda de um amor puro e sincero, são três linhas de diálogo que resumem perfeitamente o filme.

E por mais que pareça ser cansativo basicamente duas horas e quinze de pessoas cozinhando , O Sabor da Vida entrega muito mais do que isso, é uma demonstração de um dos amores mais puros e belos do cinema. É combinação de elegância e excelência na forma de filmar toda aquela comida maravilhosa, mas também contar uma linda história de um casal, combinando com um química perfeita entre dois atores que beiram o absurdo. Filmaço!

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