Seguindo o mesmo ritmo dos episódios anteriores, o quarto episódio de Senhor dos Anéis: Os Anéis do Poder continua entregando a beleza da Terra-Média de Tolkien. Uma das coisas que pode ser vista na série é como ela aborda a variação cultural, a cada episódio vemos um pouco mais de cada núcleo e cada um deles é um povo e uma cultura diferente. Indo de nômades dos pés-peludos, passando por uma civilização humana avançada como Númenor e indo até um povo minerador que vive dentro das montanhas que são os Anãos.
Tal pluralidade cultural define um destino para a história que é uma união e harmonia entre as raças para enfrentar um mal maior, harmonia na qual é representada neste episódio pelo núcleo de Númenor. Com Galadriel ainda na ilha dos humanos, ela apresenta uma proposta para a rainha regente de unir seus exércitos para perseguir o mal representado pelos Orcs e por Sauron. O núcleo com a elfa e a rainha Míriel consegue desenvolver a já estabelecida fricção entre elfos e humanos, mostrando que mesmo aqueles que já foram outrora aliados aos seres de orelhas pontudas, agora os veem com desprezo e desconfiança.
De volta à Terra-Média, mais especificamente nas terras do sul, vemos Arondir e a vila dos humanos na batalha para sobreviverem aos Orcs que surgiram do nada lá. É incansável ressaltar o quanto o design de arte das criaturas de Sauron é bem trabalhado, a cada episódio a ameaça dos orcs se torna cada vez maior e a presença deles em tela é de roubar a cena dos personagens que são o centro do núcleo.
Avançando a história com cautela e desenvolvendo elementos pré-estabelecidos, Senhor dos Anéis: Os Anéis do Poder lança mais um episódio que consegue nos entregar um entretenimento intrigante e cheio de ação. Até nos momentos onde as cenas são puro diálogo, a direção de Wayne Yip mantém a história envolvente e com o coração no lugar certo.