Em O Último Rodeio, um montador de rodeio aposentado, conhecido como uma lenda da competição, arrisca tudo para salvar seu neto de um tumor agressivo no cérebro que exige uma cirurgia cara e invasiva que o seguro de saúde da família não cobre. De frente para seu doloroso passado e os medos da família, Joe Wainwright volta aos circuitos e entra numa competição de alto risco organizada pela liga profissional de montadores e aberta apenas para veteranos e antigos vencedores com um prêmio significativo em dinheiro. Como o competidor mais velho de todos os tempos, Joe volta a treinar e embarca numa jornada de reconciliação com feridas antigas e com a filha há muito afastada de sua vida. No caminho para essa desafiadora montaria, o ex-competidor descobre ainda o poder da fé e a verdadeira coragem que existe em lutar pela própria família.
Como já dito na sinopse, O Último Rodeio é uma produção que usa o esporte para abordar a fé. A ideia poderia render um bom filme religioso, mas a direção de Jon Avnet (88 Minutos), que coescreveu o roteiro com o ator Neal McDonough (Tulsa King), empilha diversos clichês que tornam o filme maçante e fazem os quase 120 minutos de duração serem intermináveis. A melhor cena da história, é a que leva ao enredo central do filme, o motivo do protagonista voltar a ativa, todo o drama relacionado a isso é crível e muito doloroso, mas após essa cena o filme não consegue mais ser comovente e principalmente honesto com o que narra.

Usar clichês no cinema não é algo errado, mas empilhar eles sem desenvolver nada relevante é. Avnet cria uma trama esportiva que remete ao que já vimos milhões de vezes em outros filmes do gênero. Das situações apresentadas nenhuma delas consegue gerar um vínculo com o personagem ou com a situação, com exceção da cena inicial. Se o texto não consegue fazer isso, resta que o elenco supra essa falha e cative o espectador. Mas o texto é muito limitador, e mesmo com McDonough e Christopher McDonald (Um Maluco no Golfe 2) se empenhando em entregar boas atuações, o roteiro não permite que eles sejam mais do que roteiro impõem, limitando assim o papel de cada personagem, o que acaba dificultando a imersão de quem assiste.
O grande destaque da produção acaba sendo a ambientação da cultura americana em relação aos rodeios, tudo que é apresentado em relação a cultura dos cowboys é feito com esmero e o filme seria melhor se a trama não deixasse esses elementos escanteados. As cenas de montaria são bem feitas, mas soam artificiais e não empolgam.
O Último Rodeio é um filme que aposta suas fichas na boa fé do público e não corresponde nem na parte esportiva e nem na religiosa, apresentando uma narrativa que só empilha situações já vistas e recicladas do cinema feito para a TV.