sáb, 21 dezembro 2024

Crítica | Obi-wan Kenobi (Episódios 1 e 2)

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Após anos de especulação sobre um possível derivado de Star Wars focado no lendário mestre jedi que treinou tanto pai quanto filho nos caminhos da força, finalmente chega em 2022 Obi-wan Kenobi, série estrelada por Ewan McGregor após um hiato de 17 anos do ator no papel. A série que promete trazer uma nova perspectiva sobre o período de isolamento do personagem e se aprofundar em um dos vácuos narrativos deixados pela franquia principal estreia com dois episódios instigantes, apesar de inconsistentes.

Ao tratar do personagem título, McGregor entrega com carisma um obi-wan que após anos de reclusão se vê obrigado a entrar em uma nova jornada pela galáxia. Kenobi sente o peso de cada ação, está tentando se desvencilhar de toda a mentalidade fechada que desenvolveu após o trauma que foi a ascensão do império e é tocante ver a situação em que se encontram os jedi que ainda resistem. No primeiro episódio é criado um paralelo claro entre obi-wan e o resto dos jedi remanescentes quanto a forma de lidar com a queda de seu credo, tudo que resta para o personagem é um sentimento de luto e a esperança única no crescimento do jovem Luke Skywalker para redimir suas falhas.

O principal diferencial entre este programa e os outros do universo expandido de Star Wars até então tem sido a direção. Diferentemente de The Mandalorian onde reinam movimentos de câmera comportados e pouca inventividade na filmagem(apesar de entregar um produto sólido) em Obi-wan Kenobi existe uma tentativa por parte da direção em explorar o ambiente de forma inquieta, seja em trechos que se faz uso de uma câmera na mão ou momentos de perseguição que buscam compensar certas situações inverossímeis (mesmo dentro do contexto apresentado) com uma energia exacerbada na forma de mostrar.

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Uma adição bem vinda ao cânone que chega com a série é a Inquisidora Reva Sevander, personagem que articula os principais acontecimentos dos dois primeiros episódios e aparenta ter certa obsessão pela captura de Kenobi. Mesmo com pouco tempo de tela até então já é definido um antagonismo claro entre a personagem e o protagonista. 

Agora analisando o lado negativo da estreia, existem momentos de clara oscilação de qualidade entre algumas passagens de personagens secundários e aquelas que envolvem o protagonista. O sentimento que fica é de que a presença de McGregor automaticamente melhora o potencial da série e que quando se trata de outros núcleos (com exceção a Reva) existe um investimento menor tanto no roteiro quanto na direção. Isso fica mais evidente principalmente no primeiro episódio pois no segundo o foco é quase total na dinâmica de kenobi e outra personagem.

Em conclusão, Obi-wan Kenobi surge como opção interessante no catálogo do Disney+ mas ainda é cedo para definir se a série será um hit ou não. Está servida por um bom elenco e um estúdio recheado de recursos, resta agora saber se o barco se manterá navegando até o final. Após o acerto certeiro de Mando e Grogu e a pouco inspirada história de Bobba Fett é recomendado abordar as produções do continuamente expandido universo de Star Wars com cautela.

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Fabrizio Ferro
Fabrizio Ferrohttps://estacaonerd.com/
Artista Visual de São Paulo-SP
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