qui, 2 maio 2024

Crítica | Os Três Mosqueteiros: D’Artagnan

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Os Três Mosqueteiros: D’Artagnan (Les Trois Mousquetaires: D’Artagnan) acompanha o jovem gascão Charles D’Artagnan, que é deixado para morrer depois de tentar salvar uma jovem de ser sequestrada. Ao chegar a Paris, ele tenta por todos os meios encontrar seus agressores. Mal ele sabe que sua busca o levará ao centro de uma guerra real em que o futuro da França está em jogo. Aliado à Athos, Porthos e Aramis, Os Três Mosqueteiros do Rei, D’Artagnan enfrenta as maquinações sombrias do Cardeal de Richelieu e da misteriosa Milady Winter. Mas é quando se apaixona perdidamente por Constance Bonacieux, a confidente da Rainha, que D’Artagnan se coloca verdadeiramente em perigo“. 

Reverenciada no mundo inteiro, a clássica obra de Alexandre Dumas, “Os Três Mosqueteiros” é um dos maiores exemplos de como transformar fatos históricos de seu país de origem em uma envolvente e emocionante aventura. Desde 1844, o romance vem servindo de inspiração para novas histórias, além de ser uma das principais referências da literatura francesa e um dos livros com mais adaptações cinematográficas e televisivas de todos os tempos. Nesta nova versão que chega aos cinemas brasileiros no dia 20 de abril, Os Três Mosqueteiros: D’Artagnan apresenta uma versão mais detalhada, referente ao contexto histórico no qual a trama se passa, além de seguir com fidelidade o texto de Dumas.  

O maior triunfo de Os Três Mosqueteiros: D’Artagnan está no roteiro, que adapta com precisão e respeito à obra original, realizado por Matthieu Delaporte e Alexandre de La Patellière, é exatamente a notável fidelidade ao material de Alexandre Dumas, tanto que tal fato permitiu ao longa uma divisão de capítulos, com sua segunda parte denominada “Milady” (personagem de Eva Green), que chegará aos cinemas em dezembro deste ano. Dividir o filme em duas partes resulta numa adaptação à altura da clássica história que conhecemos, mas, para alguns que estão menos familiarizados com a obra, fidelidade ao extremo pode gerar uma dificuldade de identificação e até retardar o entretenimento que esse público espera obter com o filme. 

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Foto: Paris Filmes/Reprodução

Apesar de aprofundar na contextualização histórica e querer mostrar total fidelidade ao livro, Os Três Mosqueteiros: D’Artagnan teve a feliz opção de não adotar uma linguagem tão rebuscada em seus diálogos, no intuito de não confundir o público. Porém, seu excesso de informações e detalhes, além da divisão desordenada do tempo de tela dos personagens, deram um trabalho extra para a edição do longa, que faz o possível para o filme não parecer confuso ou até monótono. A direção de Martin Bourboulon (Eiffel) é eficaz, mas faltou uma identidade própria que pudesse gerar um diferencial à obra, não que isso tenha comprometido com o resultado final.  

Um ponto que gera um leve desconforto é a falta de estabilidade da câmera em algumas sequências de ação, que adotam o modo tremido e frenético de filmagem, para acompanhar a adrenalina de determinado duelo, para dar um tom mais realista à narrativa. Tal estilo, porém, apesar de contar com ótimos planos sequência, acabam por prejudicar do entendimento sobre o que realmente está acontecendo em tela, dificultando a imersão na obra, mesmo com o intuito de se aproximar mais da realidade. Faltou um esmero na direção dessas sequências, não só por parte do realizador Martin Bourboulon, mas também da fotografia de Nicolas Bolduc. A cinematografia do longa, inclusive, ostenta de belos planos que mostram a França do século XVII com ricos detalhes, além de contar com um filtro sépia que casa-se bem com a trama. Por outro lado, algumas cenas noturnas necessitavam de mais iluminação. A construção de cenários e o reaproveitamento de edifícios seculares franceses é soberba, contendo uma magnificência visual de encher os olhos, tal como o design de figurinos, móveis, carruagens, objetos e armas. 

Foto: Paris Filmes/Reprodução

No elenco principal de “D’Artagnan”, se destacam os intérpretes dos 3 Mosqueteiros Athos, Porthos e Aramis, que são brilhantemente interpretados por Vincent Cassel, Pio Marmaï e Romain Duris, respectivamente. Cassel entrega um Athos experiente e trágico, enquanto Marmaï dá para seu Porthos uma alegre personalidade e Duris não poupa expressões sarcásticas para Aramis. Falta mais carisma para o jovem ator François Civil na pele do protagonista D’Artagnan, ainda mais pelo fato dele ter mais tempo de tela que o restante do elenco. Sua interação com Lyna Khoudri, que interpreta Constance, é rasa e falta química. O maior destaque, desde as artes promocionais do longa até nos trailers, vai para Eva Green que, apesar de não entregar uma Milady Winter à altura da personagem até o momento, já que ela terá mais visibilidade no próximo filme, tem uma presença inegável. Louis Garrel e Vicky Krieps completam o elenco, como o Rei Luís XIII e a Rainha Anne d’Autriche, e protagonizam as maiores críticas presentes na obra à monarquia.

Complexo e bem detalhado no quesito história, Os Três Mosqueteiros: D’Artagnan, por outro lado, tem o mesmo problema da primeira parte de Duna, de Denis Villeneuve, que é terminar no exato momento em que a narrativa começa a tomar rumos ainda mais interessantes. Veremos os respectivos desfechos dessas duas adaptações no final deste ano, nos cinemas.

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