ter, 5 novembro 2024

Crítica | Palmer (2021)

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Numa sociedade assolada por divisões e bolhas ideológicas, duas palavras podem ser usadas para indicar respeito pelo próximo: “tolerância” e “empatia”. Palmer, novo filme do diretor Fisher Stevens (Amigos Inseparáveis), que tem Justin Timberlake interpretando um ex-presidiário que tenta voltar a ter uma vida normal na sua cidade natal, trata justamente desses conceitos. A narrativa parece ser simples e clichê, mas o fato de Palmer ser um ex-presidiário é apenas a ponta do iceberg neste filme, que trata diretamente ainda sobre com é viver em uma sociedade intolerante (tão real); sobre vício em drogas, e de uma forma tão delicada e construtiva, a convivência com um criança queer.

Após 12 anos preso, Palmer sai em condicional e volta a viver no interior com sua avó Vivian (June Squibb), que lhe criou desde adolescente. Numa cidade pacata, sua vida pregressa lhe trás muitas dificuldades em conseguir um emprego. Junto ao terreno de sua avó, Shelly (Juno Temple) uma viciada em drogas vive com seu marido agressor e seu filho Sam (Ryder Allen) que por diversas vezes é abandonado pelos pais por semanas, e que nesse período também fica aos cuidados de Vivian.

Divulgação Apple TV+

Sam, que é tão personagem principal quanto Palmer, é uma criança amável, mas que sofre todo tipo de bullying, tanto dos adultos, quanto das crianças, por ser diferente dos “padrões” da cidade. Sam ama brincar de bonecas, ver desenhos “para meninas” e se vestir como uma, além de segundo ele mesmo, achar fadas os personagens mais incríveis de todos. A doçura na ingenuidade dos seus atos e desejos é extremamente cativante. Para ele não há mal – e não há mesmo – em gostar destas coisas.

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O choque de culturas e vidas é o ponto chave deste filme. Palmer só buscar se reencontrar na sociedade e recomeçar a vida e Sam só quer o mínimo que qualquer criança merece: Amor, carinho e compreensão. E é em Palmer que ele irá encontrar isso, de muitas formas que nem nós espectadores imaginávamos.

O roteiro, escrito por Cheryl Guerriero (Hunting Season), trata de vários assuntos delicados de forma muito correta, e não se perde em momento algum. Inclusive nas narrativas secundárias (como por exemplo, como Palmer foi preso), o entendimento dos fatos e como eles serão importantes pra trama posteriormente são perfeitas. E, no encontro de várias vidas deste filme, é que passamos a repensar sobre como assumimos realmente a palavra empatia para nós.

Divulgação Apple TV+

Palmer explora uma gama de objetividades e diferenças pessoais e abre um leque enorme – e com carinho – sobre a vivência e cuidado com crianças queer, e em como a sociedade deve repensar em muito suas ações.

Se um ex-presidiário, de volta a uma sociedade antiquada, pode ter empatia e tolerância pelas diferenças, qualquer um consegue. Agora, se você acredita que não, só lhe falta amor; e como no filme, a necessidade de discordar e opinar contra, somente em sua cabeça.

Palmer está disponível na Apple TV+.

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Uillian Magelahttps://estacaonerd.com
Co-Fundador do Estação Nerd. Palestrante, empreendedor e sith! No momento, criando meu sabre de luz para cortar a lua ao meio. A, SEMPRE escolha a pílula azul. Não faça como eu!
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