sáb, 20 abril 2024

Crítica | Pânico VI

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Com o recente retorno da franquia no ano de 2022 após um hiato de onze anos, se estabeleceu uma ideia bastante parecida com algumas das atuais sagas do cinema, tal como Star Wars resgatou personagens clássicos, mas acabou substituindo-os pelo novos, aqui, aos poucos essa sugestão vira o conceito para moldar esse Requel da saga Pânico. Desta vez, oferecendo Nova York, um novo lugar como palco dos assassinatos brutais de Ghostface, mas trazendo novamente os personagens do longa anterior e o retorno de algumas figuras clássicas da franquia. Com a velha promessa de mais sangrento, caótico e imprevisível, será que a franquia começa a demonstrar sinais mais claros de uma escassez de conteúdo ?

Sam, Tara, Chad e Mindy, os quatro sobreviventes do massacre realizado pelo Ghostface, decidem deixar Woodsboro para trás em busca de um novo começo em Nova York. Mas não demora muito para eles se tornarem alvo de um novo serial killer. Por mais uma vontade (e muito dinheiro envolvido) de “revitalizar” a franquia é bastante interessante levar os acontecimentos  para um novo local, apesar de em Pânico 3 já ter ocorrido isso (nos sets de Hollywood). Em Nova York surge a possibilidade de administrar novos cenários, transitar entre as caóticas, mas também os solitários e escuros becos da cidade. E o longa faz isso, desde seu início é utilizado os emblemáticos becos da cidade para o assassino orquestrar ataques e surpreender sua vítimas. O filme ainda traz o período de Halloween para contextualizar as inúmeras pessoas vestidas de Ghostface, causando mais confusão para nossos protagonistas sobre onde está o verdadeiro Serial Killer.

Mesmo com essa repaginada, existe sim uma impressão de faltar algo: talvez seja o excelente talento de Wes Craven ou a presença emblemática de Sidney Prescott. No geral, é uma franquia bastante charmosa, mesmo os momentos fracos da saga acabam que muito melhores do que diversas decisões catastróficas de outras franquias. É uma constante revitalização que acaba funcionando, mesmo não tendo a genialidade de antigamente. A ideia de mudar de cidade é muito convidativa e traz uma roupagem “diferente” para a marca, talvez visitando diferentes locais em futuros filmes.

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As revelações funcionam entre o bom e o medíocre, de tal forma que parece apontar para uma direção, mas acaba que sendo outra. E que de modo geral, era melhor ter ido para a outra direção. Não que represente uma decisão ruim, mas o impacto fica apenas pelo “ok, era isso?”. O filme mexe com elementos emblemáticos da franquia: desde objetos, citações, personagens. Tudo isso representa uma mitologia interessante dos filmes, especialmente para os fãs. O principal problema é o longa querer costurar desde sua abertura uma ideia de quebrar essa sequência de motivações que a princípio é bastante atrativo (muito em conta da curiosa cena de introdução), mas acaba que  seguindo novamente repetições dos antigos filmes, e ainda por cima uma das repetições mais fracas da série de filmes, misturando uma dúvida tanto em lógica quanto o impacto das revelações.

O elenco de maneira geral é bastante carismático, o principal quarteto e sobreviventes do filme anterior, parecem mais a vontade, as interações funcionam. Tirando um ou outro personagem que servem apenas para serem mortos ou preencher tempo de tela. O filme apresenta um tempo para desenvolver a relação entre as irmãs Sam e Tara, em uma espécie de discussão sobre a dificuldade da irmã mais velha em conseguir dar mais liberdade para a outra, muito em conta da tragédia ocorrida em Woodsboro um ano antes. É um tópico que acaba relevante em seu início, mas só é lembrado realmente na parte final, acabando não agregando muito a história principal.

O filme flerta ainda com problemas típicos do gênero: decisões equivocadas ou burras e questionamentos de como aquele personagem fez aquilo. São elementos até comuns na franquia Pânico, mas acabam gerando um certo incômodo devido tanta seriedade que o filme quer passar com as situações.

De forma geral, essa saga continua sem ter um filme ruim em meio tantos filmes, porém já é possível notar um cerro desgaste em alguns elementos e um desespero da marca em procurar diferentes opções para renovar a franquia. Inegavelmente Pânico é muito lucrativo, e a possibilidade de ter um sétimo filme é bastante alta(inclusive já confirmada). Pânico VI é um produto dessa mania Hollywoodiana em nunca terminar suas franquias, um mal já ocorrido em outras  diversas sagas do cinema. O longa serve como uma espécie de sinal amarelo para possíveis tentativas desastrosas com futuros filmes, mas a diversão e entretenimento ainda se mantém.

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