dom, 22 dezembro 2024

Crítica | Pantera Negra: Wakanda para Sempre

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Desde o  inesperado falecimento de Chadwick Boseman, a Marvel se viu cercada por diversos problemas envolvendo a continuação de um dos maiores sucessos do estúdio: Pantera Negra. São ocorridos que atrapalharam o desenvolvimento do filme, desde a questão da pandemia até problemas seríssimos envolvendo declarações de Letitia Wright quanto vacinas. São dúvidas e mais dúvidas dos fãs que perduraram até o lançamento do primeiro trailer, que se tornou um dos mais bonitos da Marvel. Com isso, a confiança foi reconstruída e chegamos ao fim da fase quatro, os fãs serão enfim recompensados pela longa espera e pela declarada homenagem ao ator?

No filme, Rainha Ramonda, Shuri, M’Baku, Okoye e as Dora Milaje lutam para proteger sua nação da intervenção de forças do mundo exterior após a morte do Rei T’Challa. Quando Namor, rei de uma nação escondida embaixo d’água, alerta sobre uma ameaça global e conta o plano perturbador para conter a crise, os Wakandanos se unem com a ajuda de Nakia e Everett Ross para forjar um novo caminho para o reino de Wakanda.

O filme de cara já estabelece sua homenagem, em uma das aberturas mais bonitas já realizadas antes dos créditos iniciais do logo Marvel. Ele sabe pegar na emoção, e tudo aqui em relação a memória do ator/personagem é praticamente perfeito, tanto na forma como ele insere isso na trama quanto nas consequências em que o personagem deixou Wakanda. A premissa lida com o fato do impacto do falecimento de T’Challa nas pessoas ao seu redor, mas também na decisão do filme anterior em abrir as fronteiras do país, compartilhando recursos e tecnologias. Infelizmente a maior parte do mundo teve maus olhos quanto a isso, pois após a morte de seu protetor, viram como um potencial de roubar recursos de um nação enfraquecida. São críticas já estabelecidas no longa anterior que o diretor fez questão de retornarem para a narrativa.

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Marvel / Divugação

Em volta de todo esse tema, temos Namor, líder do povo de Talokan, império descendente diretamente dos Maias. A origem contada através do próprio personagem é interessante, apesar de um pouco expositiva demais. Ela é bonita, dramática, estabelece a conexão de ódio quanto aos colonizadores. Quanto ao personagem, ele carrega uma similaridade com o excelente Killmonger, vilão do primeiro filme, mas um era tirano, força incontrolável. Namor é um governante de fato ou político para os mais íntimos, ele faz tudo para defender seu povo, isso é explícito desde seu nascimento. 

O sentimento recorrente durante o filme é perda e luto, é evidente tanto de forma física quanto psicológica para os personagens e o país de Wakanda. É um objetivo de continuar, não superar, o longa reconhece que um acontecimento dessa magnitude é extremamente difícil de superar, é um lado humano do filme muito forte, como antes dito, quando ele escolhe a emoção o acerta em certeiro.

Apesar de tudo positivo que o filme realiza, ele carece de desenvolvimento político, tão bem feito no longa anterior. Sim elas ocorrem, mas falta uma construção melhor. Existe o momento de discussão com outros países na ONU, porém é tão rápido e pouco explorado, temos pouquíssimo conteúdo se tratando da política wakandiana. São parte que poderiam facilmente preencher os gigantes 161 minutos do longa. Outro problema é grande barriga que o filme estabelece, desenvolvendo personagens praticamente inúteis durante a trama, como o Martin Freeman. São enrolações desnecessárias para um filme com atores e outros personagens tão interessantes, podendo mostrar mais do povo aquático e até mesmo conhecer mais ainda sobre o Namor.

Marvel / Divulgação

Quanto as atuações, existe muito talento aqui. No quesito luto e força, a personagem da Angela Basset dá um show, consegue segurar os momentos em que o filme ao estabelece bem seu ritmo, ela encarna o luto na voz e expressão. Letitia Wright justifica o seu não afastamento da produção, existe aquele carisma presente do filme anterior, mas é visto muita dor aqui, muita dificuldade. Ela carrega um importante legado e precisa decidir como vai agir. Danai Gurira, Lupita Nyong’o e Dominique Thorne(coração de ferro) entregam muita da força feminina e são importantes para a trama central.

A ação do filme parece menor que o anterior, não em tamanho, mas atenção. É claro que a escala aumentou, estamos falando de seres subaquáticos com baleias, tubarões, águas vivas, porém parece que o diretor foi um pouco “segurado” ao trabalhar. É de fato uma grande produção e existem os elementos do uso de telões de LED tão comentados nos  últimos anos da Disney, mas a presença de muitos cortes, ângulos estranhos acabam que tirando o mérito de algumas cenas que precisavam ser grandiosas.

Pantera Negra: Wakanda Forever teve a difícil tarefa de continuar o seu antecessor tão bem comentado e um dos filmes mais importantes do MCU. É fato de que o produto entregue é satisfatório e merece mérito demais devidos a todos os problemas anteriormente listados. A homenagem que esse longa entrega é belíssima, ele consegue fazer seu público já nos minutos iniciais se emocionar, além disso, tem um final muito forte. A presença do Chadwick Boseman é sentida durante o filme inteiro, felizmente o coração da obra foi bem executado.

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