dom, 22 dezembro 2024

Crítica | Pássaro Branco – Uma História de Extraordinário

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Quando foi lançado em 2017, ‘Extraordinário’ foi ovacionado pelos críticos e público, com uma história extremamente comovente e elementos inesquecíveis como a trilha sonora composta por Marcelo Zarvos, sendo um estrondoso sucesso de bilheteria e chegando a ser indicado ao Oscar na categoria de Melhor Maquiagem e Penteado. Continuando no mesmo universo, Marc Forster agora assume o papel de diretor, conhecido por dirigir ‘Guerra Mundial Z’ (2013), ‘007: Quantum of Solace’ (2008) e ‘Um Homem Chamado Otto’ (2022),

Vivendo na França durante a ocupação Nazista da Segunda Guerra Mundial, Sara (interpretada por Ariella Glaser), de uma família judia, acaba tendo que fugir quando os soldados alemães vão em sua escola procurar por judeus. Ela se refugia na casa de Julien (interpretado Orlando Schwerdt), com quem cria um laço fortíssimo enquanto sonha em se reencontrar com seus pais.

Não há nada mais lindo em uma obra como quando se cria e se fortalece a empatia com o público. Isso é inegável em qualquer arte. E essa é a maior qualidade de Marc Foster neste projeto. Acompanhar a infância de Sara, uma jovem judia que vivia na França durante a ocupação da Alemanha Nazista, já causa uma empatia pelo pesado contexto que esse momento histórico carrega, mas a construção feita ao redor da trama cria um laço ainda mais sentimental em volta da experiência.

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Créditos: Paris Filmes/Lionsgate

A trilha sonora composta por Thomas Newman, desde o começo, traduz essa sentimentalidade que veremos durante toda a história com um tom leve, mas que se adapta bem aos momentos mais tensos da vida de Sara. Da mesma forma, e como ponto alto da obra, as atuações de Ariella Glaser e Orlando Schwerdt criam um laço único com o público, com uma mistura de romance, suspense e drama. Usando muito bem o contexto complexo da história, a relação entre Julien e Sara vira um elemento que rima com todas as situações, acompanhando os sentimentos do cenário externo mas de forma íntima e com um tom inocente, ainda mais por serem duas crianças. Cenas como as do carro, com Julien e Sara passeando por Paris, são excelentes momentos para aquecer o coração de quem está assistindo, mesmo que o mundo esteja sendo destruído por fora.

‘Pássaro Branco’ é um bom exemplo de como transformar uma história complexa em uma aventura inocente e fofa, mostrando o que uma pessoa é capaz de fazer para ajudar a outra apesar da situação. Ainda que vá atrair muita repercussão por ser do mesmo universo de ‘Extraordinário’ (2017), é um filme com identidade própria e tem muito potencial de atingir em cheio as emoções do público.

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