seg, 23 dezembro 2024

Crítica | Planeta dos Macacos: O Reinado

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Sempre que há o anúncio de um novo filme de uma franquia, especialmente de uma franquia que teve uma trilogia muito aclamada e merecidamente reconhecida, é sempre um medo para o público. Troca o diretor, uma nova história, uma nova visão daquela obra. Apesar de existir nos cinemas há quase seis décadas, ‘Planeta dos Macacos’ ainda tem muitos caminhos para entregar, principalmente com o avanço da tecnologia como o CGI. E este filme mostra isso.

Muitos anos após os acontecimentos dos últimos filmes, seguimos Noa e seu clã, em um mundo dominado por macacos e com diversos rivais pelo meio.

Créditos: 20th Century Studios/Walt Disney Studios

César pode não existir mais, mas suas idéias permaneceram intactas entre muitos. Noa, em sua jornada de descoberta total, vai aprendendo sobre o primeiro grande líder dos macacos. O que restou neste novo mundo são tribos, clãs que reconhecem a história e os ensinamentos de César. Frases como “Apes. Together. Strong.” (Macacos. Juntos. Fortes. em tradução livre) e a convivência entre humanos e macacos agora são usados por alguns como religião. E assim como César, o passado humano também não foi esquecido. Esse contato de Noa com seus antepassados vai sendo lento e vai evoluindo no filme, a fim de mostrar a reação de Noa a cada descoberta.

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Diferente os demais filmes da franquia em que as relações se limitam a apenas humanos e macacos, este novo abrange a natureza em geral. Não apenas aos animais, mas todos os elementos. O diretor usa essa atmosfera, somada com a jornada de descoberta do protagonista, com uma vibe de “admirável mundo novo”. Não à toa, já que o filme é o começo de uma nova fase na franquia.

Créditos: 20th Century Studios/Walt Disney Studios

Apesar da tecnicidade do filme não ser nada além do que já vimos antes, especialmente nos dois últimos filmes de César, dirigidos por Matt Reeves, acaba auxiliando na experiência do filme. Os planos-sequência, especialmente o do ponto de ruptura entre o primeiro e segundo ato, em que a vila em que Noa, sua família e amigos vivem é atacada, são um bom exemplo desse dinamismo que os elementos resultaram.

Desde a primeira cena, as relações de Noa e os outros personagens são bem diretas, justamente para focar logo na ação. Mesmo assim, isso não diminui o peso das relações como a do protagonista com seu pai, sua mãe, com os amigos Anaya e Soona e com o amigo Raka. A decepção é que algumas relações poderiam ter mais tempo de tela, como a de Noa e Raka, mas nada muito alarmante.

Mas o mais importante e que foi deixado como legado pelos últimos filmes foi a seriedade com o universo. O filme nos puxa para dentro e faz questão de deixar-nos ali, desde os momentos de suspense que o trio Noa, Anaya e Soona enfrentam até os momentos reflexivos de quando o protagonista conhece uma humana. Apesar de ainda ter mais humor do que os anteriores, nada exagerado, no tom correto.

Um dos principais pontos dessa seriedade mostrada são as atuações. Desde Owen Teague como Noa e Peter Macon como Raka à Freya Allen como Mae, a sensação de sobrevivência e de autodescoberta no meio dela. 

‘Planeta dos Macacos: O Reinado’ é o ponto de partida ideal dessa nova fase da franquia, sem buscar extremos e respeitando a franquia, o filme introduz um novo mundo que tem tudo para ser devidamente explorado nos próximos filmes.

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