seg, 23 dezembro 2024

Crítica | Predador: A Caçada

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O Predador é um personagem icônico para a história do cinema. Sua visão térmica, arsenal letal e sons característicos estão impregnados no imaginário popular desde a sua estreia no filme de 1987 dirigido por John McTiernan. Apesar do sucesso do personagem, é um fato de que as sequências ao filme original parecem sempre causar uma recepção divisiva no público e desde Predador 2(1990) existem questionamentos sobre a longevidade da franquia. O que nos leva à 2022 quando, após três sequências e 2 crossovers com a franquia Alien, recebemos mais um novo filme do personagem: O Predador: A Caçada.

   O filme é uma prequela, ou seja, se passa antes dos acontecimentos do longa original e explora um cenário até então inédito na franquia(apesar de focar em um contexto que evoca, ao menos em imagética, o longa original). A história se passa no início do século XVIII onde acompanhamos Naru(Amber Midthunder), uma guerreira Comanche que busca se provar dentro de sua tribo e que após uma tentativa fracassada de concluir seu rito de passagem se depara com a chegada de um Predador que ameaça os arredores de suas terras.

   Naru é representada como uma pessoa hábil e inteligente mas ainda imatura. O filme evita cair apenas num excepcionalismo da protagonista(apesar de inevitavelmente ele existir para que a história funcione) e trabalha suas falhas e aprendizado como um ponto central. O contraponto que existe na figura de seu irmão mais velho, Taabe, e a forma como Naru é vista em relação a ele é um dos elementos que mantém o engajamento na história durante a primeira hora de duração. A protagonista luta para encontrar seu lugar na tribo contra uma estrutura que joga contra seu crescimento.

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   É uma história simples, nem tão objetiva e que possui uma abordagem visual que beira o minimalismo. A fotografia de Jeff Cutter usa de vários planos abertos para evidenciar a ambientação das florestas e campos do norte da América. A trilha de Sarah Schachner trás a emoção necessária para as batidas do longa, com certeza um de seus pontos altos. 

   A utilização de um cenário onde poderia haver uma diferença ainda maior de tecnologia entre o predador e as suas presas é tratada de forma sucinta ao apresentar um predador primitivo que, assim como os seres humanos, não possuía toda essa tecnologia 300 anos atrás. O design da criatura continua ameaçador e a utilização de seu sangue incandescente em cenas de luta noturnas dão um charme extra para a ação envolvendo o personagem.

   Apesar da simplicidade, um dos problemas da produção, porém, é o seu ritmo. A protagonista carrega bem boa parte da trama mas existem momentos truncados e cenas que atrapalham o desenvolvimento da história principalmente ao lidar com personagens secundários que cercam os irmãos. As mortes poderiam ter mais impacto se não houvesse uma relação apenas de repúdio em relação aos outros membros da tribo.

   O nome original do filme poderia ser traduzido como “presa” e cabe perfeitamente ao longa. O foco na figura desfavorecida na caçada é bem trabalhado no longa e apesar de inconsistências é um refresco para a franquia que este filme exista. Não chega a ser páreo para o clássico original, mas encontra seu lugar como um bom recomeço e novos ares para o icônico alien caçador.

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Fabrizio Ferrohttps://estacaonerd.com/
Artista Visual de São Paulo-SP
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