seg, 23 dezembro 2024

Crítica | Predestinado: Arigó e o Espírito do Dr. Fritz

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Com direção de Gustavo Fernandez, o longa conta a história de um homem simples, mineiro, chamado José Arigó, que através do espírito de Dr. Fritz, médico alemão falecido durante a Primeira Guerra Mundial, tornou-se uma esperança de cura para milhões de pessoas ao redor do mundo e curava pessoas.

Essa é a base do filme Predestinado: Arigó e o Espírito do Dr. Fritz que estreia em 1º de setembro no Brasil. Zé Arigó ganha vida no longa através do ator Danton Mello, em boa atuação, que é expressada principalmente nas mudanças faciais e comportamentais que ocorrem quando recebe o espírito do Dr. Fritz. O drama começa com um tom parecido com filmes de terror, numa bela introdução onde o médium entra sorrateiro, surge como sombra, para fazer uma cura.

Inspirado na história real da vida de José Arigó, o filme é mais do que um drama biográfico ou um filme espírita: é o devido reconhecimento nacional para uma importante personalidade de uma religião que, tivesse nascido em outro país, seria motivo de estudo, não de rechaço, como o próprio filme diz.

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Sob direção de Gustavo Fernandez, diretor-geral do sucesso Pantanal, e com roteiro de Jacqueline Vargas, o longa é bem produzido e procura usar planos detalhados com o auxílio do recuso de sombras e closes para impressionar o espectador. Os olhos, as “janelas da alma”, são destaque constante. Fazendo uso de recursos narrativos do terror para retratar as famosas cirurgias espirituais de José Arigó.

As cenas são baseadas em raras sessões gravadas do médium em atividade, registradas por uma equipe estadunidense que demonstra, na prática, como a coisa toda da cirurgia era feita sem anestesia, no seco, na faca, e que Arigó retirava tumores, retinas e outros pedaços podres do corpo humano assim, sem anestesia. Não são poucas as cenas, bastante gráficas e em close up, dessas cirurgias, banhadas em sangue e pus, portanto, ao espectador mais sensível recomenda-se virar o rosto nestes momentos. A direção de fotografia de Uli Burtin auxilia nessa aura de mistério.

O roteiro abre espaço para um antagonismo claro entre a igreja católica e o médium, exposta pelos embates entre Padre Anselmo interpretado por Marcos Caruso, e Arigó. Além disso, aborda questões como falsos profetas e as relutâncias do protagonista em aceitar sua missão, assim como o sofrimento de seus familiares, que acabam ficando em segundo plano. Tal situação fica mais explícita na ótima atuação de Juliana Paes como Arlete, esposa de Arigó, mulher determinada que não abandona o marido e segue seu ofício de costureira.

Por fim, a distribuição é da Imagem Filmes com produção pela Moonshot Pictures, de Roberto d’Avila, FJ Produções, de Fabio Golombek e The Calling Production, de James Guyer, e coproduzido pela Paramount Pictures e Camisa Listrada BH. No ótimo elenco, estão ainda Alexandre Borges, como o deputado Lúcio Bittencourt, Marco Ricca, como o juiz Barros, Cássio Gabus Mendes, como Cícero, João Signorelli, como Chico Xavier, e James Faulkner, em uma participação especial como Dr. Fritz.

Essa crítica foi escrita por Maria Gabrielle. Siga ela nas suas redes sociais: Instagram

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