sex, 19 abril 2024

Crítica | Procura-se Gonker

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Essa crítica foi escrita por Luke Rigaud. Siga ele na sua rede social: Instagram

Produções reconfortantes, leves e despretensiosas, ganham o selo “confort movie” e, geralmente, se encaixam nos padrões “filme de Sessão da Tarde”, por serem produções apropriadas para serem conferidas durante uma tarde tranquila, em companhia dos filhos pequenos, ou de parentes mais velhos. Tal tipo de produção também é capaz de acender chamas de esperança, além de nós transportar para histórias que, apesar de altos de baixos, sempre contarão com um desfecho feliz. O novo filme da Netflix, Procura-Se Gonker (Dog Gone), se encaixaria perfeitamente nessa relação de longas-metragens se não fosse pelo visível apelo para um mero sentimentalismo desprovido de originalidade ou uma verdadeira comoção. 

Claro que a história de “Procura-Se Gonker”, de um modo geral, é comovente, até pelo fato de levarmos em conta que os quatro cantos do mundo se mobilizaram para saber do paradeiro do dócil cãozinho. Mas, o uso da emoção, por parte do roteiro de Nick Santora (Prision Break) e a direção do conhecido cineasta Stephen Herek (Bill & Ted: Uma Aventura Fantástica), é resumido pela mesmice, além do excesso de clichês e diálogos prontos que já são típicos nesse estilo de obra. 

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Netflix

Baseado em uma história real e no livro Dog Gone: A Lost Pet’s Extraordinary Journey and the Family Who Brought Him Home, de Pauls Toutonghi, o texto de “Procura-Se Gonker” pouco parece se esforçar para sair de sua zona de conforto, mesmo a trama se tratando de uma jornada na busca por um ente querido. Inúmeras possibilidades e conflitos são deixadas de lado para dar ênfase a subtrama do filho incompreendido pelos pais, que clama por reconhecimento, algo que, por outro lado, chega a funcionar, uma vez que os personagens John e Fielding, interpretados respectivamente por Rob Lowe e Johnny Berchtold, possuem uma boa química, mesmo diante de um texto tão preguiçoso e pouco inspirado. Essa mesma atenção se dá para uma história paralela envolvendo a matriarca da família, Ginny, vivida por Kimberly Williams-Paisley. Os atores principais procuram se esforçar ao máximo para atribuir personalidades a seus personagens e, em partes, conseguem superar um roteiro despreocupado em desenvolver seus dramas, no intuito de vendê-los com total apelo emotivo. 

A produção não dispensa sequências de passagem de tempo com um fundo musical alegre, em momentos até considerados bonitos e essenciais para despertar no público uma paixão pelo cachorro Gonker (talvez, o melhor ator de todo o filme), mas utiliza, em excesso, recursos para intensificar o drama, como slow-motion, imagens distorcidas, planos fechados e trilha sonora melodramática. Mas, vale destacar um trabalho minucioso na captação de belas imagens das florestas do Estado norte-americano da Virginia. 

A comoção existente em “Procura-se Gonker” teria sido melhor aproveitada se o filme não se desenvolvesse no piloto automático, encontrando em velhos clichês uma identidade rasa que beira a cafonice. Se não fosse pela nossa paixão natural por cachorros, o único sentimento possível que nos faz levemente esquecer dos inúmeros problemas dessa nova produção da Netflix, “Procura-Se Gonker” seria um filme mais perdido que seu personagem título. 

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