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    Crítica | Raquel 1:1

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    O cinema brasileiro tem dado passos longos a um caminho brilhante nos últimos anos, ainda que não com o devido reconhecimento. “Raquel 1:1” é um dos filmes que exemplifica com excelência esse desenvolvimento. Raquel é uma jovem que após passar por um trauma, encontra apoio na fé cristã. Agora em uma nova cidade, ela se reúne com garotas da igreja local, até que passa a acreditar que tem um “chamado divino”. Raquel embarca em uma jornada de espiritualidade acompanhada de garotas da igreja que apoiam a sua visão, mas também sendo atacada por grande parte da cidade, tendo ainda que lidar com seus traumas internos.

    A ficção dramática com suas doses corretas de suspense, convida o espectador a questionar as motivações da protagonista. Com certeza é um filme feito para mentes abertas e revolucionárias, com um roteiro intenso, que na mesma intensidade que inclui a ficção, inclui elementos tão notórios da realidade e do cotidiano, especialmente brasileiro.

    O roteiro do filme é inteligente, pensado para fazer o espectador não só refletir sobre o tema principal destacado, mas principalmente sobre os temas que são abordados de forma mais simples se cruzando com a trama principal. A religiosidade tóxica, o machismo, a agressividade, todos estes temas que são abordados de forma tão clara durante o filme, sem amarras ou vendas.

    A direção do filme é brilhante, traz à tona os sentimentos certos nos momentos certos. Todo o trabalho feito com as câmeras te envolve na obra e te mantém nela.

    Com certeza uma das melhores coisas que o filme proporcionou foi a escolha dos atores, desde a protagonista até os personagens secundários — mas principalmente da protagonista. Valentina Herszage faz um excelente papel ao demonstrar todo o trauma, toda a intensidade de sentimento, toda a dor por trás da personagem interpretada, e isso é algo que cativa quem assiste o filme, independente de concordar com as atitudes da personagem ou não.

    Um dos poucos fatores que causa incômodo ao ver o filme, é que o final poderia ter sido melhor trabalhado para trazer consigo uma conclusão mais satisfatória, e talvez isso adicionasse alguns preciosos minutos que fizeram falta na resolução do final.

    “Raquel 1:1” estreia no dia 23 de março nos cinemas brasileiros.

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