sáb, 21 dezembro 2024

Crítica | Red: Crescer é uma Fera

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A Pixar produziu seu primeiro longa-metragem, o aclamado Toy Story, em 1995. De lá para cá o estúdio contou diversas histórias e construiu o conhecido padrão Pixar. Nele, além de ter uma técnica apurada, o estúdio construiu uma fórmula do sucesso onde as tocantes histórias sempre são focadas em protagonistas não humanos – temos algumas exceções – que servem como bússola para contar tramas incríveis. De Toy Story (1995) a Soul (2020) o estúdio já usou em sentimentos, brinquedos, insetos e até um dinossauro como protagonistas em suas produções. Mas a Pixar vem se reinventando e apostando em histórias que usam mais o ser humano como protagonista. Red: Crescer é uma Fera é o retrato dessa nova fase da Pixar, que começou a se reinventar desde da animação Luca de 2021.

Pixar/ Divulgação

A trama da animação conta a história Mei Lee, uma garota de 13 anos que está dividida entre continuar sendo a filha zelosa de sua mãe e viver o caos da adolescência. Sua mãe protetora, e um pouco autoritária, Ming, nunca está longe dela — o que acaba se  tornando uma realidade infeliz para a adolescente. E como se mudanças nos seus interesses, relacionamentos e corpo não bastassem, sempre que ela perde o controle dos seus sentimentos (o que é praticamente sempre), ela se transforma em um panda vermelho gigante.

A produção tem um visual estiloso repleto de influências dos animes (em especial nas expressões faciais) e uma narrativa pra lá de dinâmica, que faz desta obra uma animação magnifica e que torna a decisão da Disney de não lançar o filme nos cinemas um grande pecado, pois essa é uma daquelas animações que merecem ser assistidas na tela grande. A diretora Domee Shi (vencedora do Oscar de 2018 com o curta-metragem Bao), fala sobre as descobertas da adolescência e as mudanças assustadoras que acontecem nessa época de um modo muito divertido e com bastante sensibilidade. Afinal, todos nós fomos adolescentes e sabemos as dores e desafios que enfrentamos nessa época da vida. A diretora constrói a cidade e os demais ambientes onde a trama se desenvolve com uma quantidade RIQUÍSSIMA DE DETALHES. Em alguns momentos você irá achar que está vendo um live-action de tão realista que a animação é. A fotografia é vívida e repleta de luzes que engrandecem as cenas que vemos.

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Outro destaque da trama é o roteiro escrito pela dupla de estreantes Julia Cho e Domee Shique que cria uma história, onde as meninas/mulheres são as grandes protagonistas. O universo criado é abordado pelo texto e explora os medos e sonhos mais comuns dessa idade, além das decepções que acontecem e, principalmente, como o crescimento pode afetar a dinâmica familiar. Aliado a esse texto afiado, que consegue fazer piadas e tiradas interessantes sobre o universo feminino, temos a construção da relação entre a protagonista e suas amigas de Mei, que são o coração dessa produção. As personagens são muito bem desenvolvidas e a amizade do grupo é o motor desse filme é parece muito crível. Se existe um ponto fraco nessa história ele acontece na relação mãe-filha, que é bem desenvolvida, mas que não convence muito à medida que o filme se aproxima do seu terceiro ato, soando muito forçado o que é apresentado em prol da mensagem final sobre aceitar quem você é. Realmente era necessário aquele estardalhaço todo para aproximar mãe e filha?

Diversos elementos dos anos 2000 são inseridos e apresentados de modo que farão os mais nostálgicos pularem de alegria. A Boy band apresentada na história serve apenas como instrumento para divulgar as belas canções escritas por Billie Eilish e FINNEAS, a melhor de todas é “Nobody Like U” que é apresentada na cena do show.

Red: Crescer é uma Fera é uma obra que apresenta uma leve e tocante analise sobre aceitação e amizade. A produção é mais um obra prima da Pixar e deve figurar como um dos melhores filmes do ano.

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Hiccaro Rodrigues
Hiccaro Rodrigueshttps://estacaonerd.com
Eu ia falar um monte de coisa aqui sobre mim, mas melhor não pois eu gosto de mistérios. Contato: [email protected]
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