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Início Críticas Crítica | Resgate 2

    Crítica | Resgate 2

    Grandiosas cenas de ação e narrativa bem movimentada superam aglomerado de clichês do gênero ação

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    Em Resgate 2 (Extraction II), depois de escapar da morte por um triz, o mercenário Tyler Rake encara mais uma missão perigosa: resgatar a família de um criminoso georgiano implacável de uma prisão.

    Quando um roteiro simplório, ora sustentado por um aglomerado de velhos clichês de filmes explosivos, consegue trazer consigo uma trama deveras empolgante, sem deixar suas típicas características obsoletas? A resposta está em produções como Resgate 2, novo filme da Netflix estrelado por Chris Hemsworth (Thor: Amor e Trovão), sequência da ação homônima de 2020 que fez um notável barulho no streaming. Aqui, a grandiosa união entre uma condução certeira e uma narrativa, apesar de simples e apresentar problemas, que consegue manter o público entretido nas suas 2 horas de projeção, funciona com maestria.

    Nota-se que o roteiro de Joe e Anthony Russo, que adapta a HQ “Cidadel” de Ande Parks, não está disposto a entregar uma história fora do padrão, que preze pela criatividade, inventividade, ou, até mesmo, que venha a inovar o gênero ação e sim amalgamar elementos comuns, como, perseguições eletrizantes, tiros e explosões, frases de efeito que antecedem um momento mirabolante, ataques em cidades realizados de maneira fácil e sem a intervenção de uma polícia inteligente, entre outros. Por outro lado, a escrita trabalha convenientemente no passado do protagonista Tyler Rake, de Hemsworth, dando ao personagem marrento não só um triste passado, como um conduto interno e uma ferida aberta dificilmente cicatrizada, que começa a fazer sentido quando suas relações com a família do gangster Davit Radiane (Tornike Bziava) são mais expostas.

    Cansativos para alguns, porém atrativos para o público algo, os elementos típicos de um roteiro simples de filmes de ação, quando unidos, acabam se tornando uma “farofa” digna e que funciona por ser servida com intensidade e capricho por parte da direção de Sam Hargrave e da cinematografia de Greg Baldi.

    Ação é destaque em Resgate 2. Imagem: Netflix/Reprodução

    A direção e a fotografia de Resgate 2 se sobressaem como as melhores de uma produção da Netflix do gênero. São os minuciosos trabalhos de câmera, com louváveis planos sequência (destacando um específico que conta com mais de 20 minutos de pura construção técnica, capaz de encher os olhos de qualquer fã do cinema de ação), acompanhamentos igualmente frenéticos que casam perfeitamente com a adrenalina das sequências, além de planos abertos que valorizam efeitos visuais digitais bem empregados às cenas, sem parecerem artificiais. Hargrave e Baldi proporcionam ao público uma imersão digna de ser vista em uma tela de cinema.

    Chris Hemsworth parece mais decidido em entregar uma carga dramática ao seu personagem Tyler Rake, o que funciona sem precisar de estímulos apelativos. Completam o elenco os ótimos Golshifteh Farahani e Adam Bessa, como os irmãos Nik e Yaz Khan, parceiros de Tyler. Entre os novos talentos em Resgate 2, os maiores destaques vão para Tinatin Dalakishvili e Tornike Gogrichiani, além da rápida aparição de ninguém menos  que Idris Elba, cujo papel será maior em um futuro terceiro filme da franquia.

    Golshifteh Farahani e Chris Hemsworth em Resgate 2. Imagem: Netflix/Reprodução

    Resgate 2 ostenta praticamente tudo que fãs do cinema de ação almejam em um filme do gênero: adrenalina, efeitos visuais práticos e digitais na medida certa, uma leve carga dramática, diálogos já formados sobrecarregados de frases de efeito, entre os diversos elementos que já mencionamos. Seu diferencial é, realmente, direção e fotografia altamente capacitadas que levam o longa a um elevado patamar.

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