Rick and Morty é uma série de animação adulta que mistura comédia e ficção científica, sendo criada pela dupla Justin Roiland e Dan Harmon em 2013, que se tornou fenômeno mundial ao narrar as desventuras do cientista, alcoólatra e desbocado Rick e de seu neto Morty em diversas viagens interdimensionais. Enquanto as duas primeiras temporadas da série foram espetaculares, fazendo a série explodir no mundo todo, a terceira prometeu uma trama maior para o futuro e a quarta temporada se perdeu em suas promessas e ideias. Entenda as razões dessa “decepção” no restante do texto.
A quarta temporada começa com um problema: ela foi dividida em duas partes. A longa espera entre a parte 1 e 2 quebra o ritmo da narrativa do novo ano. Esses episódios da nova temporada, que fazem parte dos 70 novos episódios encomendados pela emissora, tem com eles o peso da responsabilidade de agora Rick and Morty ser uma marca global repleta de fãs. Isso fez a série se perder, entre continuar sendo uma paródia pra lá de descompromissada com sua narrativa ou ser uma série mais centrada com a narrativa e repleta de significado. Enquanto a série tenta se decidir em qual caminho seguir quem sofre são os fãs, mas é um sofrimento no qual ainda temos como nos divertir no fim.
A crise de identidade desta temporada inicia com episódios cheio de piadas fracas e repetitivas com pitadas de críticas políticas e sociais aqui e ali na parte 1, muito pouco para quem subverteu o gênero das animações adultas. Mas calma, temos momentos bons nessa primeira leva de episódios como Rattlestar Ricklactica, que é relacionado a uma cobra espacial que morde Morty, esse é de longe o mais marcante episódio da primeira parte (talvez o único).
Já a parte dois, que é muito melhor que a parte 1, indica qual o caminho escolhido pelos produtores para o restante da série. Temos vários bons episódios nessa segunda parte. Um dos melhores episódios da temporada (Never Ricking Morty) é um show de easter eggs, cheio de metalinguagem ácida e pra lá de sacadas inteligentes. Além de ser engraçada pra c#r@lh%. Na série, no geral, temos muitas mudanças de atitude dos personagens principais, mas poucas explicações do que causou essas mudanças. Morty está mais confiante do que nas primeiras temporadas, Summer está mais agressiva… Mudanças singelas e discretas que mostram como esse ano se perdeu em relação aos demais.
Mais nítido ainda que essas mudanças, é a insistência dos produtores em colocar Rick sozinho em diversas situações e aventuras, não que isso seja errado, mas a série é RICK AND MORTY, o fim da dinâmica familiar na série é algo premeditado ou apenas uma narrativa feita erroneamente? As respostas estão na próxima temporada como indica o último episódio da série (Star Mort Rickturn of the Jerri) que dá uma levantada de ânimo na série.
A quarta temporada de Rick and Morty tem acertos e erros, boas piadas, piadas ruins e alguns constrangimentos, além do humor nonsense característico. Mesmo com as aventuras espaciais do avô mais sem noção do universo não sendo tão inovadoras a série ainda possui elementos bizarros e pra lá de divertidos que prendem a nossa atenção. Pena que essa crise de identidade aconteceu nesta temporada que era tão aguardada pelos fãs, mas como diz o ditado: “há males que veem para o bem”. Que venha a 5º temporada (sem divisões, por favor).
