seg, 23 dezembro 2024

Crítica | Ricos de Amor (Netflix, 2020)

Publicidade

Comédia romântica é um gênero do cinema repleto de clichês. Basicamente os filmes podem ser resumidos em “casal se conhece, passa por uma dificuldade e no fim fica junto, sendo felizes para sempre.”. A nova comédia romântica nacional da Netflix, Ricos de Amor, é mais um exemplo desse nicho e não foge a regra do resumo citado. Mesmo derrapando na construção de algumas cenas e com um trailer pavoroso (confira abaixo da crítica o trailer) Ricos de Amor não é tão ruim, mas tá longe de ser inesquecível.

Ricos de Amor conta a história do filho de um rico empresário que é conhecido como “O Rei do Tomate”. O rapaz, que em breve herdará a fábrica do pai, se apaixona por uma jovem médica pé no chão e que não vê a hora de se tornar independente. Com medo da reação da garota, o rapaz mente sobre sua condição financeira e finge ser de origem humilde. Porém, essa mentira o coloca em uma série de desentendimentos. “UAU. QUE ROMÂNTICO!” Sim, você já viu isso em alguma novela ou filme. Sim o roteiro é uma colcha de retalhos com influência de diversos filmes do gênero. Sim o filme exagera em algumas situações, mas tudo isso é em nome do amor, digo do entretenimento. Se você caro leitor tiver mente aberta esse filme é um bom passatempo, caso contrário… continua lendo a crítica.

RICOS DE AMOR

O roteiro escrito por Bruno Garotti (Cinderela Pop) e Sylvio Gonçalves (S.O.S. Mulheres ao Mar) abusa da falta de originalidade e liga sua metralhadora para vários temas: troca de identidades, mentiras com boas intenções, desigualdade social, privilégios e assédio. Numa trama mais amarrada alguns desses temas cairiam bem, mas são tantos temas, tantas abordagens e tramas paralelas que o filme no fim perde força e não fala sobre nada. Não se aprofunda em nenhum deles. A montagem, em especial a que se refere a participação de Alok é muito mal feita. Nada encaixa e fica claro que Alok dublou sua participação e que usaram vídeos dos bastidores para encaixar o DJ na trama. A direção de Garotti e Anita Barbosa (Amor.com) imprime um bom ritmo a sua trama, acerta no timing cômico e na escolha do elenco que, mesmo com as falhas citadas, carrega a trama nas costas.

Publicidade

O elenco é pra lá de carismático e consegue levar o filme nas costas. Os destaques são Danilo Mesquita (Spectros) que convence como rico mimado e Giovanna Lancelotti (Tudo por um Popstar) que encanta como mulher empoderada e determinada. É bacana de ver o contraste social e ideológico entre o casal. A química entre eles existe e tudo rola bem, porém é uma pena que toda personalidade da personagem de Lancelotti seja abandonada no fim, só pra termos aquele velho “felizes para sempre”, não é que a escolha seja ruim. Apenas é incoerente com tudo que vimos.

Ricos de Amor é pobre em criatividade e coerência, mas diverte e não caí no fracasso devido ao ótimo elenco que possui. É um bom passa tempo pros fãs de comédias românticas leves da sessão da tarde.

Publicidade

Publicidade

Destaque

Crítica | Chico Bento e a Goiabeira Maraviósa

A Turma da Mônica, criada por Maurício de Sousa...

Crítica | Bagagem de Risco

Em Bagagem de Risco, Ethan Kopek (Taron Egerton), um...

Nosferatu | Diretor agradece Bob Esponja por apresentar personagem aos jovens

Em entrevista à Variety, Robert Eggers, diretor da nova...
Hiccaro Rodrigues
Hiccaro Rodrigueshttps://estacaonerd.com
Eu ia falar um monte de coisa aqui sobre mim, mas melhor não pois eu gosto de mistérios. Contato: [email protected]
Comédia romântica é um gênero do cinema repleto de clichês. Basicamente os filmes podem ser resumidos em "casal se conhece, passa por uma dificuldade e no fim fica junto, sendo felizes para sempre.". A nova comédia romântica nacional da Netflix, Ricos de Amor, é...Crítica | Ricos de Amor (Netflix, 2020)