seg, 23 dezembro 2024

Crítica | O Despertar das Tartarugas Ninja: O Filme

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Uma série animada ganhar seu próprio longa não é algo incomum, existem diversos exemplos de animações que trouxeram o seu formato procedural com episódios de 10 minutos para uma narrativa de 90 minutos com o objetivo de aumentar a escala das tramas. “Rise of the Teenage Mutant Ninja Turtles: O Filme” segue esse mesmo estilo, é baseada na incrível e carismática animação da Nickelodeon, porém falha na tentativa de trazer tamanho carisma para o novo formato.

Quando se pensa em transformar uma série animada em um longa-metragem, o que vem primeiro à cabeça é que será o que já vemos nos episódios, só que mais e melhor. Infelizmente as 4 tartarugas sofrem com uma trama insossa, os roteiristas Tony Gama-Lobo e Rebecca May apresentam uma dificuldade clara em montar um tempo de tela satisfatório para os personagens e que consiga manter a mesma qualidade dos episódios de 11 minutos. O personagem que mais tem um certo tipo de desenvolvimento é o Rafael, onde acompanhamos uma redenção previsível e que não entretém ao assistir. Não tem nada de errado em produções utilizarem tramas clichês para seus personagens, se o clichê existe é porque dentro de tal fórmula tem algo bom, o problema é quando o clichê é usado apenas preguiçosamente, vemos o drama de Rafa se desenrolar ao longo do filme de uma maneira quase protocolar, que não condiz com seu carisma na série original.

Se o desenvolvimento de Rafael foi um problema por sua previsibilidade sem paixão, o personagem pode agradecer por ter ao menos ter um arco, diferente dos outros personagens do filme. Os 3 irmãos, Leonardo, Michelangelo e Donatello são usados apenas como um suporte do claro protagonista, apesar de já conhecermos os personagens e eles não precisarem serem desenvolvidos de maneira simétrica, chega a ser frustrante o quanto eles são deixados de lado no longa. Infelizmente isso também ocorre com outro personagem central da história, o conflito que observamos de Casey não nos cria conexão alguma com o garoto e nem nos dá algo que nos faça acreditar na relação dele com as 4 tartarugas, tudo soa formulaico, inclusive o vilão Krang. 

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Rise of the Teenage Mutant Ninja Turtles: O Filme chega como uma tentativa válida de homenagear e estender legado de uma animação para a TV muito superior, mas não consegue compreender que, para criar uma história “maior e melhor” ela precisa de elementos além dos padronizados. As coisas que nos fizeram amar tanto a iconografia mutável dos personagens quanto a animação original, foram esticadas e diluídas para tentar funcionar em 90 minutos.

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