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    Crítica | Robô Selvagem

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    A DreamWorks chegou a lançar dois filmes de grande orçamento no mesmo ano. Em 2010, a produtora lançou ‘Shrek Para Sempre’, ‘Megamente’ e ‘Como Treinar Seu Dragão’, com o primeiro tendo um orçamento maior que $165 milhões de dólares, o segundo com $130 milhões e o terceiro também com $165 milhões. Isso se repetiu em 2011, com os lançamentos de ‘Kung Fu Panda 2’ ($150 milhões) e ‘Gato de Botas’ ($130 milhões), assim como em 2012, 2013, 2014, 2015… Entre a segunda metade da década de 2000 e a primeira metade da década de 2010, a DreamWorks investiu pesado nas suas produções cinematográficas. Foi uma era de ouro do estúdio, sem dúvidas.

    Mais de uma década depois, as coisas mudaram. A estratégia da DreamWorks mudou para investir em apenas uma grande produção pro ano, focando agora em produzir conteúdos para a televisão também. Isso já é sentido pelos fãs. Em março, a DreamWorks lançou ‘Kung Fu Panda 4’, que apesar do seu orçamento parecer grande ($85 milhões de dólares), a qualidade da obra deixa muito a desejar do padrão DreamWorks. É uma decisão estratégica para aproveitar mais dinheiro em uma produção só. Em 2024, essa grande produção é ‘Robô Selvagem’, a última produção feita totalmente nos estúdios da DreamWorks em Los Angeles, já que, depois deste projeto, a produtora vai terceirizar muitos dos seus trabalhos.

    Com um elenco curto mas totalmente recheado de nomes famosos, ‘Robô Selvagem’ conta a história de Roz (interpretado por Lupita Nyong’o), uma robô que acaba indo parar em uma ilha cheia de animais selvagens. Após conviver um pouco naquele ambiente perigoso, ela conhece Astuto (interpretado por Pedro Pascal), uma raposa sem muitos amigos. Após um acidente, Roz passa a cuidar do ganso Bico-Vivo (interpretado por Kit Connor) e nasce uma relação entre mãe e filho.

    Créditos: Universal Pictures/DreamWorks

    Particularmente, existia uma grande expectativa em mim com esse projeto. Seja pelo contexto da DreamWorks que dissequei no começo deste texto, seja por ser uma adaptação de um material bastante interessante como é o livro de Peter Brown, de mesmo título, e que virou best-seller ou seja pelo fato do filme estar cotado para a temporada de premiações desde o começo do ano. Nas previsões mais atualizadas da Variety, ‘Robô Selvagem’ aparece indicado para três categorias no Oscar 2025: Melhor Animação, Melhor Canção Original e Melhor Trilha Original. Dirigido e escrito por Chris Sanders, diretor de ‘Como Treinar Seu Dragão’ (2010), ‘Lilo & Stitch’ (2002) e ‘Os Croods’ (2013), a obra puxa as melhores qualidade do estúdio, misturando comédia, drama e aventura tão tradicionais como nos filmes que marcaram época na DreamWorks.

    Não é a primeira vez na história do cinema que é posto em tela um robô que vai aprender sobre sentimentos humanos a partir da tradicional ideia de “robôs não possuem sentimentos”. Esta ideia, colocando ainda a relação entre mãe e filho como o precursor dessa jornada de aprendizado, já causa uma empatia forte com o espectador. Os extremos de ver um robô em um ambiente selvagem, rodeado de animais cuja natureza é caçar ao próximo, enquanto uma assistente virtual que possui uma única função: receber tarefas e satisfazer o cliente.

    A estética é aquilo que estamos acostumados com o estúdio, principalmente quando é uma grande produção original. Focando mais na amizade proporcionada pelos diferentes mundos que encontram-se naquela ilha, Sanders constrói uma unidade clara sobre os desafios e aventuras que Roz passa a encontrar e causa bastante reflexão sobre até que ponto um ser tão distinto de ti pode se tornar um grande amigo. As interpretações, especialmente da dublagem brasileira, dão cara também à essa unidade e fazem o que temos de melhor, com muita comédia e drama. A trilha sonora é outro ponto a ser ressaltado, especialmente com a canção original da obra que toca no fundo do espectador, emocionando e deixando clara a mensagem que o diretor queria passar.

    ‘Robô Selvagem’ cumpre com tudo aquilo que se propõe a ser e com o que a DreamWorks sempre foi. Alegria, comédia, aventura, tudo do jeito tradicional do estúdio, sendo um excelente último filme feito totalmente pela gigante da animação. Uma ótima opção de entretenimento, especialmente para as famílias e os fãs mais antigos do estúdio.

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