A 2ª temporada de Round 6 mostra Gi-hun (Lee Jung-jae) em busca vingança. Agora mais preparado, ele coloca em prática tudo o que aprendeu nos jogos anteriores para localizar os verdadeiros responsáveis pelas tragédias que presenciou. Seu destino, porém, pode estar ligado ao Líder, um dos campeões que venceu a competição e se tornou organizador do torneio. Os desafios testam seus limites morais e físicos, enquanto ele desvenda os mistérios por trás dos jogos mortais.
A 2ª temporada tem novos objetivos e usa o seu primeiro episódio para desenvolver suas ideias. Ao fim dele a produção fará o espectador nunca mais jogar Jokenpô da mesma forma. Passado esse episódio, a narrativa retoma o lugar comum e tenta disfarçar esse retorno inserindo algumas novidades: vemos a mesma dinâmica, com novos personagens e jogos. O roteiro deixa um pouco de lado a análise sobre a sociedade coreana e foca em um novo objetivo: expor o líder dos jogos. O modo como isso é feito é interessante, pois o roteiro do criador propõe a criação de um microcosmo que reflete muito bem a nossa própria sociedade (em especial, as focadas em questões políticas de direita e esquerda), enquanto nos leva numa viagem ao centro de onde tudo acontece.
O mundo fictício criado para a 2ª temporada é sombrio e sádico, pois reflete essas dores nas relações entre os jogadores. Para isso, os jogos ganham importância e eles são perversos, destaque para o retorno do batatinha frita 1, 2 e 3 e o o jogo especial. A segunda dinâmica é a mais fraca entre todas as apresentadas. O show está repleto de mortes e tiroteios que dão um ar de imprevisibilidade a nova temporada, pena que nosso apreço aos novos personagens seja menor, pois por mais bem desenvolvidos eles sejam, já conhecemos a maioria dos arquétipos apresentados.
Se a primeira temporada tinha um leque de personagens e atores incríveis, a nova temporada tem donos: Lee Jung-jae (The Acolyte) e Lee Byung-hun (G.I. Joe) roubam as atenções e criam uma rivalidade velada, onde suas ações e ideias se enfrentam silenciosamente durante os seis episódios onde eles atuam juntos. Jung-jae consegue transmitir os horrores que ele está revivendo a cada cena em que aparece e surge como favorito para a próxima temporada de premiações por seu trabalho incrível.
De negativo, além de uma certa repetição das cenas de votação, que são esticadas demais. Temos um arco dedicado ao investigador, que menos investiga na história das séries, que após a entrada do protagonista no jogo, fica sem função e tirando tempo de tela dos diversos grupos que somos apresentados.
A 2ª temporada de Round 6 mantém a habilidade de surpreender e agitar os nervos, mas é inegável que a história ao se repetir se perde em alguns momentos, e o fim da temporada deixa uma sensação de frustração. Que venha a 3ª temporada para encerrar o ciclo e a história desse universo.