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    Crítica | SCOOBY! O Filme

    Foto: WARNER BROS. / Reprodução
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    Maldita quarentena que nos privou de ver na tela grande SCOOBY! O Filme. A primeira aventura nos cinemas dos personagens que fizeram a infância de tanta gente estreou em video on demand (VOD) devido a pandemia e não faz feio na qualidade técnica, quando comparada a obras de animação em 3D de outros estúdios. O novo filme conta a história de como Scooby e Salsicha, se encontram pela primeira vez e como se juntaram aos pequenos detetives Fred, Velma e Daphne para formar a famosa Mistério S/A. Agora, com centenas de casos resolvidos e aventuras compartilhadas, Scooby e sua gangue encaram o maior e mais desafiador mistério de todos os tempos: uma trama que libera o fantasma do cão Cerberus sob o mundo. Enquanto eles se apressam para impedir esse “apocãolipse”, a gangue descobre que Scooby tem um legado secreto e um destino mais épico do que qualquer um poderia imaginar.

    SCOOB! O Filme começa sua nova fase carregado em nostalgia, os primeiros 15 minutos evocam as principais características dessa franquia de quase 50 anos: a amizade e os mistérios. Tudo funciona bem, até as piadas com elementos atuais (citações a Harry Potter e Mulher Maravilha) funcionam muito bem no primeiro ato, mas tudo começa a desandar após isso por um pequeno problema do roteiro chamado pressa. Após a divertida participação de Simon Cowell (The X Factor) o filme engata na 5º marcha e tudo visto ocorre de modo tão acelerado que quase nada mais é desenvolvido, tudo é jogado no telespectador afim de vermos o máximo possível de conteúdo, sem assimilar nada. O que é um pequeno pecado!

    A impressão que fica é que o roteiro escrito a cinco mãos (Adam Sztykiel, Matt Lieberman, Kelly Fremon, Derek Elliot e Jack Donaldson) não filtrou nenhuma das ideias apresentadas na reunião de pauta do filme, tudo foi encaixado (leia jogado) a força na narrativa: desde de pequeno ajudantes do vilão (uma cópia descarada de Minions), super heróis e elementos de outras obras da produtora Hanna-Barbera, o que acaba tornando tudo confuso. Se a ideia era começar o Hanna-Barbera Verso ela começou tropeçando, a Marvel já ensinou que pra fazer um universo cinematográfico, primeiro é preciso construir uma base sólida para depois começar a conectar um ao outro e não conectar tudo de qualquer jeito.

    A direção de Tony Cervone (Tom e Jerry: O Quebra Nozes) aposta num 3D hiper-colorido e deslumbrante, que em alguns momentos lembra a estética vista em jogos de videogames. Um acerto notável para o diretor que é especialista em animações 2D, as piadas do longa funcionam e temos para de todos os tipos desde as ácidas até as bobas, o que deve agradar as crianças e os pais delas. As vozes da versão em inglês (o filme ainda não possui versão dublada) emulam bem as personalidades do quinteto, dando leves atualizadas, no quesito design o visual de Dick Vigarista e a nave Fúria do Falcão são muito bem feitos.

    SCOOB! O Filme, é uma animação divertida e despretensiosa que fará a alegria dos fãs e das crianças que não conhecem a franquia, mesmo com o longa escorregando aqui e ali. Esse é o início do Hanna-Barbera Verso, vamos ver os próximos capítulos, feito com calma tem tudo pra dar certo.

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